Em
entrevista, dias atrás, o reverendo anglicano disse estar à espera da aprovação
da lei do ‘casamento’ gay para começar a efetuá-lo em sua congregação.
O arcebispo
metropolitano de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, foi entrevistado
nesta segunda-feira (26/mar), no Programa Roda Viva, da TV Cultura.
O programa de
entrevistas foi apresentado pelo jornalista Mario Sergio Conti e contou com a
participação de uma bancada de entrevistadores, dentre eles o reverendo Aldo Quintão – foto –
(responsável pela Catedral Anglicana de São Paulo).
O programa
abordou temas como a questão do aborto, o catolicismo atual, o trânsito entre
religiões e os problemas que a Igreja Católica vem enfrentando com a perda de
fiéis tanto no Brasil como em outros países.
O tema aborto
ocupou grande parte do primeiro bloco do programa.
O que mais
chamou a atenção neste assunto foram os questionamentos e colocações feitos por
um líder protestante, o reverendo Aldo Quintão.
Durante sua
fala, Quintão disse: “Nós temos pela primeira vez uma mulher como presidente
neste país. Uma mulher que entende
problema de mulher. Por que nós, enquanto igreja, somos muito machistas. Nós
sempre pensamos do nosso jeito e na nossa maneira enquanto homens. O Congresso
Nacional é machista. É minoria de mulheres”.
Para o reverendo
da Igreja Anglicana, a Presidente Dilma Roussef escolheu Eleonora Menicucci
para o cargo de Ministra de Políticas para as Mulheres a fim de discutir a
questão do aborto, “mas a igreja [católica] não quer nem discutir: não tem
discussão, está errado, é pecado“, disse ele.
“A igreja
precisa ter amor, precisa compreender que nos hospitais chegam mulheres com
agulhas de trico dentro do útero“, ressaltou o líder anglicano.
Para Aldo
Quintão, a igreja não deve fazer pressão no sentido de impedir que o país
discuta o aborto. Ao referir-se aos um
milhão de abortos que ocorrem todo os anos no Brasil, e que ocasionam a morte
de duzentas mil mulheres, o cardeal Odilo Scherer disse que os números são
fantasiosos. Para dom Odílio, esses números são jogados para legitimar a luta
pela descriminalização do aborto.
O arcebispo
fez questão de enfatizar que se ocorre a morte de um milhão de bebês em
gestação e de duzentas mil mulheres, o erro está nas autoridades por não
cuidarem adequadamente da saúde da mulher, nem acompanhar a gestação.
O
representante da Igreja Anglicana criticou a possibilidade de aproximação de
católicos, como por exemplo, o padre Marcelo Rossi, à bancada evangélica para
lutar contra a legalização do aborto. Para ele, tal atitude é incoerente, pois
se a Igreja Católica não concorda com os métodos de evangelização de algumas
igrejas evangélicas, também não deveria unir-se à bancada evangélica na luta
contra o aborto. Em resposta o arcebispo disse que independente da religião que
tenha cada cidadão, diante de questões onde as causas são justas todos devem se
unir.
Fonte: Holofote.net
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