sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Prefeita Evangélica libera 431 mil reais para escolas de samba do município

Por Jornal O fluminense

"Folia

São Gonçalo vai "bombar" no Carnaval. A Prefeitura liberou subvenção geral para escolas de samba. Serão R$ 25 mil para cada uma das seis agremiações do Grupo A e mais R$ 12,5 mil para as outras seis do Grupo B. O Executivo também liberou R$ 6 mil para a cidade fazer o concurso que escolherá a rainha do Carnaval e mais R$ 200 mil para a Porto da Pedra. A prefeita, que é evangélica, autorizou bailes populares em 21 bairros. Aparecida Panisset também deu sinal verde para fechar ruas e avenidas para a passagem dos blocos das "Piranhas", "Gordura no Lombo", Mão na Pomba", "Chupa-Chupa, mas não Baba", "É mole, mas é meu", entre outros. No ano passado, a prefeita também liberou R$ 200 mil para a Porto da Pedra e no decreto, a agremiação tinha 60 dias após o desfile para prestar conta da grana recebida.

Mas...

Somente ontem foi publicado no Diário Oficial e assinado pela prefeita, o termo de aprovação de contas referente ao Carnaval de 2009. Moradores dos bairros de Trindade, Porto do Rosa e Itaúna rezam para que a folia nas localidades não virem um verdadeiro baile funk como aconteceu no ano passado. As marchinhas deram lugar ao batidão, com direito a muita bebida alcoólica e drogas."

Fonte: http://jornal.ofluminense.com.br/coluna/informe  29/01/2010

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Presidente do Brasil busca garantir aborto como “direito” e proibir crucifixos em prédios governamentais

Enorme programa legislativo sendo chamado de “golpe de Estado” não violento e “ditadura” de um partido socialista

Por Matthew Cullinan Hoffman, correspondente na América Latina

BRASÍLIA, Brasil, 22 de janeiro de 2010 (Notícias Pró-Família) — O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva introduziu um enorme pacote de reforma legislativa no último ano de seu mandato que garantirá o aborto como “direito humano”, imporá a ideologia socialista e homossexual nas escolas e meios de comunicação e proibirá crucifixos em dependências governamentais, entre outras medidas.

O programa legislativo, que se chama Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), estabelecerá um nível de controle sobre os meios de comunicação e propriedade privada que está sendo chamando de “golpe de Estado” não violento e “ditadura” de um partido socialista. O programa provocou protestos generalizados de instituições abrangendo desde a Igreja Católica até a liderança militar, o setor agrícola e até ministros de governo.

A liderança da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma declaração que “reafirma sua posição, muitas vezes manifestada, em defesa da vida e da família, e contrária à descriminalização do aborto, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças por casais homoafetivos”.

A liderança da CNBB “rejeita, também, a criação de ‘mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União’, pois considera que tal medida intolerante pretende ignorar nossas raízes históricas”.

Ditadura de um partido socialista?

Se o Partido dos Trabalhadores tiver êxito em impor o pacote legislativo contido no PNDH-3, receberá amplos poderes para silenciar organizações da mídia que discordem de sua ideologia, para impor sua agenda política pró-aborto e pró-homossexualismo no país inteiro e para minar os direitos de propriedade privada. Os abrangentes poderes propostos pelo governo levaram pelo um proeminente jornalista do Brasil a falar de “ditadura” de um partido.

Por exemplo, o programa trata o assassinato de bebês em gestação como “direito humano” a ser protegido pelo Estado. A Diretiva 9 inclui “Apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”.

A diretiva também ordena a criação de “campanhas e ações educativas para desconstruir os estereótipos relativos às profissionais do sexo”.

“Educação e Cultura em Direitos Humanos”, o quinto “eixo” do programa, determina que as crianças desde a infância devem ser doutrinadas no conceito governamental de “direitos humanos”, o qual inclui “o estudo da temática de gênero e orientação sexual” com o propósito de “combater o preconceito, às vezes arraigado na própria família”.

A Diretiva 10 dá um golpe decisivo na tradição brasileira de mostrar crucifixos em dependências públicas, ordenando a criação de “mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União”.

A diretiva também propõe “Realizar campanhas e ações educativas para desconstruir os estereótipos relativos à… identidade sexual e de gênero”.

A Diretiva 19 do programa exige a criação de currículos “para todos os níveis e modalidades de ensino da educação básica” para “promover o reconhecimento e o respeito das diversidades de gênero, orientação sexual, identidade de gênero…”

As diretivas educacionais do programa terão um impacto ainda maior considerando o fato de que o governo recentemente aprovou uma emenda constitucional obrigando todas as crianças a serem enviadas para a escola a partir de 4 anos de idade.

Amplo Controle dos Meios de Comunicação e Propriedade Privada

A Diretiva 22 do PNDH-3 estabelecerá o controle estatal no conteúdo dos meios de comunicação, exigindo que as estações de rádio e TV mostrem “respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados, como condição para sua outorga e renovação [de suas licenças], prevendo penalidades administrativas como advertência, multa, suspensão da programação e cassação, de acordo com a gravidade das violações praticadas”.

A diretiva também determina a criação de “incentivos” para “pesquisas regulares que possam identificar formas, circunstâncias e características de violações dos Direitos Humanos na mídia”.

A Diretiva 8 propõe o uso dos meios de comunicação como porta-vozes do programa governamental de doutrinação em “direitos humanos” para jovens, determinando a “informação às crianças e aos adolescentes sobre seus direitos, por meio de esforços conjuntos na escola, na mídia impressa, na televisão, no rádio e na Internet”.

Com relação à propriedade privada, o PNDH-3 propõe que um “sistema legal” especial seja criado para a “mediação de conflitos fundiários urbanos, garantindo o devido processo legal e a função social da propriedade”. O programa usa linguagem semelhante para os conflitos de propriedade rural. De acordo com o jornal conservador espanhol El Pais, a linguagem é quase idêntica a do presidente Hugo Chavez da Venezuela, que fala do conceito de “propriedade social”.

O programa provocou choque e ameaças de demissão de elevados líderes militares por propor a criação de uma “Comissão da Verdade” para examinar crimes cometidos pelo regime militar na década de 1960 e 1970. Os líderes militares estão isentos de ações legais de tais crimes de acordo com as atuais leis brasileiras. Lula acalmou temores entre líderes militares concordando em aplicar a comissão para todas as violações de “direitos humanos”, as quais presumivelmente incluem as atividades terroristas da oposição socialista durante o mesmo período.

Controvérsias entram em erupção no Brasil

Embora o presidente Lula tenha aquietado temores de uma perseguição socialista contra seus antigos inimigos militares, o plano continua a provocar revolta e feroz oposição dentro do Brasil.

Reinaldo Azevedo, que dirige um blog para a revista mais lida do Brasil, a Veja, diz que a proposta estabelecerá uma “ditadura” dirigida pelos camaradas do presidente Lula, chama-a de um “golpe de Estado” sem derramamento de sangue e compara o governo ao de Hugo Chavez, que está gradualmente eliminando as liberdades civis na Venezuela.

Azevedo também escreve que as propostas “extinguirão a propriedade privada no campo e nas cidades” e declara que “o Regime Militar instituído em 1964 foi mais explícito e mais modesto” em suas intenções.

Dimas Lara Resende, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, comentou que “daqui a pouco vamos ter de demolir a estátua do Cristo Redentor”.

As associações de mídia e agricultura também levantaram a voz contra as propostas.

O presidente da Confederação Nacional da Agricultura, a senadora Kátia Abreu, disse que a criação de programas de mediação em casos em que as pessoas invadem propriedade privada incentivará a violência rural e prejudicará os direitos de proprietários de terras. Andre Meloni Nassar, diretor-geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais, escreve que o programa é um “funeral para o agronegócio”.

Até mesmo o ministro da agricultura de Lula, Reinhold Stephanes, rejeitou a idéia, expressando temores de que tais medidas “aumentarão a insegurança no país” e “fortalecerão organizações radicais”.

Embora o próprio Lula tenha expressado preocupação com algumas partes do programa, ele parece determinado a defendê-lo, embora o programa ameace minar a forte popularidade de Lula em seu último de governo.

Traduzido por Julio Severo: http://www.juliosevero.com/

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Dilma adia legalização de terreiros de umbanda para evitar nova crise

Por Vera Rosa

Disposta a evitar novos atritos com evangélicos e a Igreja Católica em ano eleitoral, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, mandou a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial adiar o anúncio do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa. O plano, que prevê a legalização fundiária dos imóveis ocupados por terreiros de umbanda e candomblé e até o tombamento de casas de culto, seria lançado ontem, mas na última hora o governo segurou a divulgação, sob o argumento de que era preciso revisar aspectos jurídicos do texto.
(…)
O adiamento ocorre na esteira da polêmica envolvendo o Programa Nacional de Direitos Humanos, que pôs o Palácio do Planalto numa enrascada política, provocando crise dentro e fora do governo. Temas controversos, como descriminação do aborto, união civil de pessoas do mesmo sexo e proibição do uso de símbolos religiosos em repartições públicas, foram alvo de fortes críticas, principalmente por parte da Igreja.

Na avaliação do Planalto, é preciso evitar novos embates que possam criar “ruídos de comunicação” e prejudicar a campanha de Dilma. Desde o ano passado, a ministra tem feito todos os esforços para se aproximar tanto de católicos quanto de evangélicos e já percorreu vários templos religiosos.
(…)
REAÇÃO

A informação sobre o adiamento do programa pegou de surpresa as comunidades de terreiro. Muitas mães e pais de santo viajaram de longe para assistir à cerimônia e só souberam na hora que haveria ali apenas um debate.

“Quando o governo chega na encruzilhada e tem de tomar uma decisão, recua. Será medo? Acho que sim”, protestou Valdina Pinto de Oliveira, do terreiro Tanuri Junsara, de Salvador (BA). Ela foi além e conclamou a comunidade do candomblé a pensar bem em quem vai votar nas eleições de outubro.

(…)
Embora a Secretaria da Igualdade Racial tenha informado que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é solidária ao plano, a Pastoral Afro-Brasileira assegurou não ter sido consultada sobre seu conteúdo. Atualmente, apenas seis dos cerca de 10 mil terreiros são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Para o pastor Ronaldo Fonseca, presidente do Conselho Político da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, o Estado não deve gastar dinheiro com tombamento de templos. “O governo está se envolvendo em polêmicas desnecessárias”, comentou. “Não existe guerra santa aqui e não é inteligente o Estado se preocupar com símbolos religiosos, tombamentos e união de homossexuais. Isso é coisa de marxista.”

Fonte: Estadão

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Aspectos interessantes sobre o julgamento do apóstolo Paulo

Por Rodrigo Phanardzis Ancora da Luz

O livro de Atos dos Apóstolos, o quinto do Novo Testamento da Bíblia e considerado também uma continuação do Evangelho segundo Lucas, contém preciosas informações não apenas de interesse teológico, despertando a atenção de historiadores e até mesmo de estudiosos do Direito. A empolgante narrativa de 28 capítulos começa na região de Jerusalém, com uma breve conversa entre Jesus e os apóstolos, alguns instantes antes de sua ascensão aos céus, e termina na cidade de Roma, com o apóstolo Paulo cumprindo a sua prisão domiciliar numa casa por ele alugada enquanto aguardava em custódia o julgamento de seu caso pelo imperador romano.

O apóstolo Paulo, sem dúvida, deu uma grande contribuição à expansão da fé cristã no século I da era comum. Depois de ter sido um implacável perseguidor da Igreja, Paulo converteu-se ao cristianismo e começou a pregar o Evangelho por diversas regiões da parte oriental do Mar Mediterrâneo, empreendendo três viagens missionárias que incluíram territórios atuais de Síria, Chipre, Turquia e Grécia.

Contudo, o ex-perseguidor da Igreja tornou-se perseguido. Em muitas das cidades nas quais Paulo exerceu o seu ministério apostólico, ele veio a sofrer uma forte oposição tanto de judeus quanto de pagãos, vindo a ser injustamente preso e violentado sem que houvesse qualquer condenação criminal contra ele. Na cidade macedônica de Filipos, Paulo chegou a demonstrar um razoável conhecimento a respeito dos direitos que tinha como cidadão romano quando as autoridades locais mandaram libertá-lo de sua prisão ilegal.

É importante lembrar que, nos tempos de Paulo, nem todos eram iguais perante as leis de Roma. Uns eram escravos e eram tratados como mercadorias. Outros eram meros estrangeiros para os romanos, embora vivessem dentro da circunscrição do império pagando os seus pesados impostos. E existiam ainda aqueles que, por motivo de nascimento, ou de aquisição mediante algum pagamento ao governo, tornavam-se cidadãos romanos e que, portanto, passavam a ter alguns direitos naquela sociedade. Pois Roma era a cidade que governava o mundo no século I e, deste modo, quem tivesse a cidadania romana teria direitos protegidos pelas leis, entre os quais o de receber um julgamento justo, caso fosse feita alguma acusação.

Sendo assim, mesmo naquela época, uma autoridade não poderia jamais prender uma pessoa que fosse cidadão romano sem que houvesse um justo motivo. E muito menos castigar com açoites, dando um tratamento desumano, conforme tinha ocorrido com Paulo e Silas na cidade de Filipos. Logo, Paulo teve que ser libertado e ainda recebeu desculpas das autoridades locais pelo ocorrido.

Contudo, após concluir a sua terceira viagem missionária e retornar mais uma vez para Jerusalém, Paulo veio a enfrentar um processo criminal, o que desperta até hoje o interesse de muitos pesquisadores.

Nesta ocasião, o ministério apostólico de Paulo já tinha muitos colaboradores. Lucas diz que, desta vez, quando o apóstolo retornou a Jerusalém, acompanharam-no vários discípulos oriundos de lugares anteriormente evangelizados na primeira e na segunda missão evangelística.

Ao chegar na cidade, Paulo é orientado por Tiago a submeter-se aos costumes dos judeus para evitar conflitos, pois alguns de seus compatriotas tinham espalhado boatos de que o apóstolo estaria negando a Moisés e ensinando os judeus a não circuncidarem mais os seus filhos.

Entretanto, a atitude praticada por Paulo, no sentido de externar aos judeus a observância das tradições de seu povo, não foi capaz de evitar a sua prisão. E, justamente quando ele se encontrava no templo judaico, o apóstolo veio a ser repentinamente acusado por alguns de seus compatriotas por ter "profanado" aquele local introduzindo gentios ali, pelo que passaram a espancá-lo e toda cidade ficou tumultuada, de modo que o comandante as forças romanas em Jerusalém precisou intervir para fazer cessar a confusão. Paulo, então, escapou do linchamento, mas ficou detido.

Pouco depois de sua prisão, Cláudio Lísias, o comandante da fortaleza de Jerusalém, tomou a providência de enviar Paulo para o governador da província da Judeia, na cidade de Cesareia, a fim de zelar pela segurança do apóstolo por ser ele um cidadão romano, sendo que Lucas, em sua narrativa, chega a transcrever o teor da correspondência que comunicava a sua transferência:

"Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix, saúde. Este homem foi preso pelos judeus e estava prestes a ser morto por eles, quando eu, sobrevindo com a guarda, o livrei, por saber que ele era romano. Querendo certificar-me do motivo por que o acusavam, fi-lo descer ao Sinédrio deles; verifiquei ser ele acusado de coisas referentes à lei que os rege, nada, porém, que justificasse morte ou mesmo prisão. Sendo eu informado de que ia haver uma cilada contra o homem, tratei de enviá-lo a ti, sem demora, intimando também os acusadores a irem dizer, na tua presença, o que há contra ele." (ver Atos 23:26-30)

Nos primeiros momentos, a sua prisão havia ocorrido por causa de um tumulto na cidade de Jerusalém. Porém, ao chegar em Cesareia, Paulo passou a ser efetivamente processado pelo sumo sacerdote judeu que pretendia matá-lo como havia sido feito anteriormente com Jesus e com Estevão.

Nesta época, a sede do governo romano na região da Judeia não estava mais situado em Jerusalém e sim em Cesareia. Contudo, o Sinédrio ainda se reunia em Jerusalém onde também havia um comando das forças romanas e, ao que parece, seria uma unidade subordinada ao governador daquela província romana.

Para o comandante das forças romanas em Jerusalém seria mais tranquilo livrar-se de Paulo, mandando-o para junto do governador numa outra cidade, do que suportar toda aquela pressão dos judeus querendo assassinar um prisioneiro que portava a cobiçada cidadania romana.

Mais uma vez, tal como no incidente de Filipos, Paulo havia prevalecido de sua cidadania romana, a qual iria lhe assegurar o direito a um julgamento justo, conforme as leis da época. Pois se Paulo fosse apenas um judeu, provavelmente teria sofrido injustos açoites e teria sido entregue nas mãos dos seus compatriotas para ser julgado e condenado pelo Sinédrio por se tratar de uma questão meramente religiosa. E, caso viesse a ser linchado publicamente como foi Estevão, as autoridades romanas nem teriam com o que se preocupar, se não fosse ele um cidadão romano.

Ao ser conduzido preventivamente preso para a cidade de Cesareia, Paulo ficou distante do foco de tensão, de modo que o seu julgamento ali receberia menos pressões por parte dos judeus do que se fosse realizada uma audiência em Jerusalém.

Interessante perceber que todos esses acontecimentos no final colaboraram que Paulo fosse mais tarde dar prosseguimento ao seu apostolado na cidade de Roma, conforme se verá. Porém, Paulo precisou permanecer por pelo menos dois anos preso em custódia na cidade de Cesareia sob os cuidados do governador da Judeia devido à queixa apresentada pelos judeus, cinco dias depois de ter sido transferido de Jerusalém. Isto porque uma vez sendo formalizada a acusação, foi instaurado um verdadeiro processo criminal dentro dos moldes a época, segundo as leis romanas.

Embora na época não existisse ainda a separação entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, como existe nos dias de hoje, já era proibido uma autoridade condenar um cidadão romano a cumprir qualquer tipo de pena arbitrariamente. Pois, para que alguém fosse morto ou condenado a trabalhos forçados, seria preciso passar por um processo criminal com direito à defesa e à produção de provas, co que se encontra registrado por Lucas em Atos:

"A eles respondi que não é costume dos romanos condenar quem quer que seja, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores e possa defender-se da acusação" (Atos 25:16).

Tal como ocorre nos dias de hoje numa CPI do Congresso Nacional, o então governador da Judeia, Marco Antônio Félix, procurou tirar vantagens políticas e pessoais a respeito do caso Paulo.

Lucas conta que Félix ficou protelando o andamento do processo de Paulo e, com frequência, mandava chamá-lo alimentando a vã expectativa de arrumar alguma propina (Atos 24:26).

Agindo com ousadia, Paulo certa vez chegou a pregar sobre Jesus para Félix e sua jovem esposa Drusila, filha do rei Herodes Agripa. Porém, o governador apenas sentiu-se amedrontado e se recusou a abraçar a fé, tendo mantido contatos com Paulo pelo período de dois anos, deixando-o encarcerado em custódia a fim de agradar os judeus e, talvez, aumentar sua influência política sobre a região.

Segundo a História, Félix tinha um casamento considerado adúltero com Drusila, sob o ponto de vista judaico-cristão, pois ela havia sido casada com Azis de Emesa e, portanto, jamais poderia contrair novas núpcias enquanto vivesse o seu marido. Porém, como ela era filha de Herodes Agripa, a afinidade com aquela influente família da Palestina poderia dar mais poderes a Félix na região.

Ao fim de dois anos depois, Félix foi substituído por Pórcio Festo em seu cargo. O novo governador, na certa desejando conquistar o apoio político dos judeus na região, planejou então realizar logo o julgamento de Paulo em Jerusalém e para isto convocou uma audiência em Cesareia para decidir sobre a questão.

Sabiamente, Paulo utilizou-se de um recurso previsto nas leis romanas – o apelo para César. Isto porque, naquela época, as leis garantiam a um cidadão romano o direito de requerer uma audiência com o imperador, caso entendesse estar sofrendo injustiças no seu processo.

Ao fazer uso desse instrumento jurídico (o apelo para César), Paulo estaria ganhando a sua passagem de ida para Roma, o que, em breve, iria lhe acontecer. Porém, antes disto, Paulo ainda iria prestou um depoimento perante o rei Agripa e à sua irmã Berenice, os quais vieram visitar Festo em Cesareia naqueles dias.

Assim, aproveitando a presença do rei Agripa na cidade, Festo resolve lhe expor o caso de Paulo pedindo-lhe uma orientação, pelo que o governador convocou uma nova audiência a fim de ser colhido mais um depoimento pessoal do apóstolo.

Embora a jurisdição de Festo tivesse sido esvaziada com o apelo de Paulo, o governador ainda pretendia obter o posicionamento do rei Agripa a fim de poder justificar qual seria o motivo das acusações que pesavam contra o apóstolo e que teriam dado ensejo à sua injusta prisão e à manutenção daquela absurda custódia.

Festo acreditava que Agripa, por ser judeu, poderia ajudá-lo na compreensão daquele difícil caso para o qual ele não conseguia encontrar uma justificativa já que Paulo não cometera nenhum crime que contrariasse as leis romanas e tão pouco teria profanado a religião judaica.

Pela lógica do sistema romano, Paulo jamais deveria ter ficado preso! Desde o momento em que foi agredido, em Jerusalém, cabia às autoridades romanas tê-lo protegido dos judeus que tentavam matá-lo, sem restringir-lhe a liberdade. Contudo, essas autoridades desejavam satisfazer às multidões conquistando o apoio político dos líderes judeus e, como não encontraram permissão das próprias leis para permitirem o linchamento de um cidadão romano em praça pública, ficaram todos embaraçados para decidir.

Ora, se dois anos antes Félix recebeu Paulo em Cesareia mantendo-o em custódia por todo este período, longe de Jerusalém, logo precisaria haver um justo motivo que justificasse esta providência excepcional. E, uma vez que outra autoridade assumiu o caso, cabia ao novo governador da Judeia (Festo) julgar Paulo, uma vez que ele havia resolvido levar o caso para Jerusalém a fim de dar andamento ao processo e lá proferir a sentença. Só que, com o apelo de Paulo ao imperador, Festo precisava escrever algo a respeito de seu prisioneiro e, como não tinha o que dizer para justificar aquela prisão, aproveitou a presença de Agripa em Cesareia para lhe apresentar o caso confiando na possibilidade do rei identificar alguma conduta desabonadora capaz de justificar a restrição de liberdade praticada.

Ousadamente Paulo aproveita aquela nova audiência perante Festo para pregar o Evangelho perante o próprio governador, Agripa, sua irmã Berenice e várias outras pessoas presentes, demonstrando pouca preocupação com o que poderia ser decidido a seu respeito.

Interessante que Paulo poderia muito bem ter reclamado das injustiças cometidas em seu processo, mas preferiu pregar sobre Jesus para esse público de autoridades corruptas e injustas, fazendo com que toda aquela situação se tornasse mais uma oportunidade para falar a respeito do Evangelho.

Em Atos 26:1-23, Lucas reproduz o discurso de Paulo até ser interrompido pelo governador no versículo 24, sendo que a defesa de Paulo perante o rei Agripa representa um emocionante testemunho sobre a sua vida. Paulo não escondeu o seu passado perverso como perseguidor da Igreja e de, ex-seguidor da seita dos fariseus. Mencionou sua conversão quando ia prender cristãos na cidade de Damasco. Falou sobre a missão evangelística que recebeu e quanto ao trabalho eclesiástico que desempenhou durante seus últimos anos.

Além de Paulo ter informado ao rei sobre o seu passado e sua vocação apostólica, Paulo também contextualizou o seu julgamento dentro de uma visão religiosa, "por causa da esperança da promessa que por Deus foi feita" (At 26:6-7), explicando que o motivo pelo qual chegou a ser preso foi tendo sido o fato de ele anunciar o arrependimento e a conversão (Atos 26:20-21).

Curioso que mesmo sendo interrompido pelo governador (Atos 26:24), Paulo conseguiu completar a sua mensagem abordando os principais aspectos da evangelização cristã: o sacrifício de Jesus, a necessidade de arrependimento e de conversão a Deus, bem como a ressurreição dos mortos. Ao prestar um depoimento sobre a sua vida, Paulo foi capaz de reunir na sua mensagem todos os pontos essenciais de uma pregação, agindo com ousadia e liberdade diante de reis e das autoridades da época, ainda que estivesse aparentemente algemado.

Segundo a narrativa de Lucas em Atos, verifica-se que o governador Festo resolveu interromper a pregação de Paulo chamando-o de louco. E, quanto ao rei Agripa, mesmo conhecendo as Escrituras e o que diziam os profetas a respeito de Cristo, preferiu afirmar que "por pouco" teria se tornado um cristão.

De acordo com a História, havia rumores na época de que Agripa vivia uma relação incestuosa com sua irmã Berenice, a qual foi mais tarde amante do imperador Tito. O seu apego ao poder político e a um estilo de vida fora dos padrões judaico-cristãos podem ter se tornado um impedimento para que se convertesse ao cristianismo. Contudo, ao se retirarem do local da audiência e se reunindo separadamente, Festo e Agripa concordaram entre si que Paulo nada havia praticado que merecesse a morte ou a prisão (Atos 26:31).

Dando uma solução para o caso de Paulo, Agripa resolve proferir o seu parecer pela absolvição do apóstolo, justificando a permanência da sua custódia apenas pelo fato do recurso interposto à César (Atos 26:32), como se o uso deste instrumento processual de defesa tivesse sido desnecessário.

Assim, reconhecendo a inocência de Paulo, as autoridades romanas da região da Judeia estavam se justificando formalmente diante do imperador, no sentido de que Paulo era realmente inocente e só estava sendo enviado para Roma porque recorreu para César ao invés de ter aceitado o julgamento ali na Palestina.

Deste modo, Paulo seguiu para Roma com um parecer em favor de sua inocência, o que só contribuiu para a sua absolvição, o que de fato, veio a ocorrer, segundo sabemos pela História da Igreja, visto que a decisão do imperador não consta registrada na Bíblia.

Importante esclarecer que a decapitação de Paulo, ocorrida anos depois, em nada tinha a ver com os acontecimentos relacionados à sua prisão descrita em Atos dos Apóstolos.

Ao deixar Cesareia em um navio, Paulo ainda permaneceu em custódia e continuou neste estado ainda por mais dois anos em Roma (Atos 28:30).

Outra observação relevante é que que até então não tinha se levantado nenhuma perseguição declarada do Império Romano contra a Igreja, pois os fatos descritos no Livro de Atos dos Apóstolos diziam respeito à intolerância de integrantes do judaísmo e a incidentes ocorridos em algumas cidades com os gentios como em Filipos (Atos 16:16-24) e também em Éfeso (Atos 19:23-41).

Para a época em que foi escrito, Atos dos Apóstolos, ao mesmo tempo, alcançou o objetivo de manter registrada a história inicial da Igreja e, principalmente, encorajar os demais cristãos que tão logo seriam massacrados por Nero, o qual, dentro de um contexto diferente das passagens narradas por Lucas, mataria Paulo e também a outros discípulos contemporâneos a Jesus.

Não demorou muito, Jerusalém veio a ser destruída pelas tropas de Tito durante o governo de seu pai, o general Verpasiano, sucessor de Nero. O templo judaico, tal como fora profetizado por Jesus no Evangelho de Mateus, foi verdadeiramente devastado pelas tropas romanas, restando apenas pedras e ruínas.

Por tais motivos, pode-se dizer que a maioria dos livros do Novo Testamento, entre os quais Atos e os três primeiros Evangelhos, foram escritos justamente antes da grande perseguição que se levantou por Nero e da destruição de Jerusalém. Não só para que houvesse memória histórica dos acontecimentos sobre a formação da Igreja como também para encorajamento dos cristãos diante das perseguições futuras. E, sem dúvida, Lucas encontrou a melhor maneira para encerrar o seu segundo livro, mostrando Paulo cumprindo dando continuidade ao seu ministério apostólico na cidade de Roma (Atos 28:30-31).

Fonte: publicado no site Jusnavigandi

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Será necessário um terremoto?

As lições do Haiti para um governo Lula ávido de promover as religiões afro-brasileiras como “cultura”

Por Julio Severo

Diante da imensa tragédia do terremoto no Haiti, onde dezenas de milhares morreram, o cônsul do Haiti em São Paulo, Gerge Samuel Antoine, foi sincero o suficiente — e também politicamente incorreto — para atribuir a tragédia à religião dos haitianos. A religião oficial do Haiti, um país formado esmagadoramente por descendentes de escravos africanos, é o vodu.

O vodu é uma religião vinda da África que, assim como o candomblé, incorporou elementos da religião dos dominadores católicos. Assim como no candomblé, os rituais do vodu são marcados pela música, dança e comida, inclusive com animais sacrificados. Na cerimônia de ambas, os participantes entram em transe e incorporam espíritos. Há relatos, fartamente documentados e noticiados, de sacrifício de seres humanos em alguns desses rituais — inclusive estupro de meninos por parte do líder, que geralmente é homossexual.

Do ponto de vista da Bíblia, essas práticas são perigosas:

“Não ofereçam os seus filhos em sacrifício, queimando-os no altar. Não deixem que no meio do povo haja adivinhos ou pessoas que tiram sortes; não tolerem feiticeiros, nem quem faz despachos, nem os que invocam os espíritos dos mortos. O Deus Eterno detesta os que praticam essas coisas nojentas…” (Deuteronômio 18:10-12 BLH)

Seria de admirar então que a mesma nação que tem como religião oficial o vodu é, ao mesmo tempo, a nação mais pobre do Hemisfério Ocidental? Essa condição miserável é uma herança espiritual que antecede à colonização européia.

Antes da colonização européia, a África vivia uma cultura de guerras entre tribos, escravização dos membros das tribos vencidas, sacrifícios rituais de seres humanos — e o elemento comum dessa “cultura”, que estava impedindo o progresso e a paz da África, era a própria religião, que se apoiava na invocação de seres e poderes espirituais considerados pela Bíblia e pela tradição cristã como demônios e forças das trevas.

Portanto, dá para entender a declaração do cônsul haitiano Gerge, que disse sobre o terremoto no Haiti: “Acho que de, tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano lá tá f...”

Não é difícil decifrar as palavras do cônsul, ainda que ditas de forma impensada. Onde há muitos descendentes de africanos, há muito vodu e candomblé. E onde há muito vodu e candomblé, há muitos descendentes de africanos. E onde há muito vodu e candomblé, há muita maldição. Pelo menos, essa é a pura realidade do Brasil e do Haiti.

Contudo, é preciso deixar claro que as maldições sobre eles não são por serem negros, mas por causa de predominantes práticas religiosas. Quando essas práticas de maldição são renunciadas, há mudança real. De acordo com a Bíblia, quem está em Cristo é nova criatura, seja branco, negro, amarelo, azul. Onde há negros salvos, libertos e transformados pelo sangue de Jesus, não há as maldições costumeiras do vodu e o candomblé. Essa é uma realidade diferente e bela, que o Haiti e seu cônsul de São Paulo desconhecem. O que eles conhecem é a realidade de destruição do vodu.

Entendo essa realidade muito bem, pois na minha infância eu era levado aos rituais de uma religião afro-brasileira, onde minha mãe era uma das suas líderes locais. Por isso, hoje consigo orar com discernimento quando um ativista homossexual me ameaça dizendo que está invocando os exus contra minha vida.

Os ativistas gays e as religiões afro-brasileiras andam de mãos dadas porque, ao contrário do Deus da Bíblia que abomina o homossexualismo, os exus do candomblé, macumba e vodu adoram o sexo entre dois homens. Até mesmo ativistas ‘cristãos” gays no Brasil apóiam muito as religiões afro-brasileiras. O falecido Neemias Marien, pastor do Rio de Janeiro expulso da Igreja Presbiteriana do Brasil por sua militância homossexual, dizia que tinha experiências espirituais que são comuns no candomblé e vodu. E numa reunião do Conselho Mundial de Igrejas, militantes gays e adeptos do candomblé foram fotografados juntos.

É claro que a mesma tendência “cultural” que vem desprezando o Cristianismo está igualmente valorizando a religião (sem mencionar a homossexualidade) das “minorias” e dos grupos historicamente “discriminados”, de modo que qualquer brasileiro que ousar dizer publicamente o que o cônsul disse contra o vodu (ou contra o candomblé) estará sob sério risco de sofrer um linchamento moral da mídia esquerdista e do paranóico governo esquerdista do Brasil. Apesar disso, só quem viveu debaixo das religiões afro-brasileiras, ou do vodu, conhece o poder destrutivo das forças espirituais do mal. O Haiti está vivendo essa realidade.

E mesmo assim o Brasil, sob o governo Lula, quer a promoção e a proteção dessas religiões, inclusive nas escolas, como “cultura”. É com muita soberba que o governo teima nesse rumo — contrariando a cultura majoritariamente católica do Brasil.

Na verdade, o que a agenda socialista quer é o enfraquecimento do Cristianismo e seus valores, que são contrários aos ideais socialistas. Ao insinuar que as religiões afro-brasileiras são “vítimas” do “opressivo” Cristianismo, os socialistas esperam erradicar todo traço de influência cristã na sociedade e substituí-la por seus próprios valores.

A noção que se quer ensinar ao público é simples: se os descendentes dos escravos africanos são vítimas, então sua religião também é vítima. Toda a situação de desgraça milenar deles é então usada para culpar exclusivamente o colonialismo europeu e por extensão o Cristianismo — deixando o vodu e o candomblé totalmente isentos e inocentes de todas as tragédias, catástrofes, pobreza, criminalidade e outros males.

Tente sugerir minimamente que pode haver mal no vodu e candomblé, e a mídia esquerdista providencia prontamente uma pesada torrente de críticas e condenações, como se toda denúncia contra essas religiões fosse um ataque racista direto contra os negros, colocando-as num pedestal privilegiado onde criticá-las se torna “sacrilégio”. Mas essa mesma mídia dá tratamento totalmente inverso quando quem está sob crítica é o Cristianismo.

A agenda socialista quer que a situação chegue a tal ponto que um cristão, até mesmo alguém que tenha saído das religiões africanas, possa ser legalmente ameaçado e condenado por “preconceito” se disser que há maldição nas pessoas e países que invocam os demônios da bruxaria. É evidente: não haverá condenação para os “irreverentes” que disserem o que quiserem do Cristianismo — nesses casos, a invocação do direito de livre expressão sempre parece funcionar muito bem!

Mas, querendo ou não, o que a ideologia anti-preconceito está fazendo é colocar os demônios do vodu, candomblé e religiões similares para ocupar de forma destacada o palco social como “vítimas” do Cristianismo “imperialista” — aliás, como “pobres vítimas necessitadas” da proteção e amparo do Estado —, como se agora fosse a vez de Deus ser colocado na categoria de criminoso, discriminador, preconceituoso, racista contra as religiões afros, etc. Ou como se agora fosse a vez dos deuses das religiões afro-brasileiras terem sua revanche “cultural”.

Com sua ambiciosa e obstinada política de promover como cultura o que a Bíblia classifica como bruxaria, Lula mostra suas próprias preferências. Antes da eleição presidencial de 2006, ele visitou Benin, o país africano considerado berço do vodu. Lá, Lula participou de uma longa cerimônia de sacerdotes do vodu, para “ajudá-lo” a se reeleger. Em pagamento, agora ele quer as religiões afro-brasileiras, que são parentes do vodu, em posição privilegiada nas escolas, em detrimento do próprio Cristianismo.

Um ou dois terremotos serão o suficiente para acordar a sociedade brasileira para os males do politicamente correto? Duvido muito. O livro do Apocalipse deixa claro que nestes últimos dias haverá muitas pragas e tragédias ambientais, inclusive grandes terremotos, que virão como juízo e conseqüências dos pecados da sociedade. Apocalipse descreve a reação dos sobreviventes desses juízos:

“E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.” (Apocalipse 9:21 ACF)

Isto é, mesmo depois de grandes terremotos e pragas:

A geração moderna não se arrependerá de seus homicídios: assassinato de bebês em gestação por meio do aborto, eutanásia, sacrifício ritual de seres humanos em rituais de bruxaria, macabras experiências científicas com embriões, etc.

A geração moderna não se arrependerá de suas feitiçarias (invocação de demônios e seus poderes sob diversas formas, inclusive macumba, candomblé, vodu e muitas outras) e de promovê-las como “cultura” nas escolas, TV e outros meios educativos, inundando toda a sociedade com sua infernal malignidade e protegendo-as de críticas.

A geração moderna não se arrependerá de sua prostituição (adultério, sexo fora do casamento, práticas homossexuais, pornografia, educação sexual pornográfica nas escolas, etc.).

A geração moderna não se arrependerá de seus roubos, numa cultura onde muitos querem tirar vantagem do próximo na primeira oportunidade, especialmente por meio de cargos governamentais.

Por seus pecados e falta de arrependimento, eles continuarão sofrendo juízos.

Conversão ao Islã de líder evangélico surpreende os pentecostais da Assembléia de Deus

Pastor Presidente da Assembleia de Deus de Madureira na PB se converte ao Islamismo

Muitos fatos marcaram a permanência do Pastor João de Deus Cabral a frente da Assembleia de Deus de Madureira na Paraíba. Presidente da Igreja na Paraíba e Secretário Nacional da Igreja no Brasil durante 15 anos, não foram suficientes para ser arrebatado ao Islamismo e servir ao Deus Allah.

A revelação foi feita por João de Deus Cabral durante a madrugada deste sábado ao Programa Sales Dantas na TV Litoral/TV Diário. João de Deus agora tem como principal objetivo de sua vida será servir a Alá e construir uma mesquita nos próximos meses na Paraíba.

João de Deus revelou que durante muito tempo servindo na Assembleia de Deus e proferindo palestras pelo Brasil, sempre era indagado sobre o significado do Natal, sobre a Santa Trindade. Essa busca e interrogações levaram a um estudo interno e a busca pela verdade. Viajou por vários países e chegou a conclusão após 5 anos que não existe a Santa Trindade e que o natal não representava o nascimento de Cristo. Para João de Deus, nome de batismo mesmo, essas datas foram criadas por um imperador de Roma, como forma de estabelecer uma data única que comemorasse dia 25 de dezembro o dia do Deus Sol, mudando logo após para chamarem de nascimento de Cristo, o sol da justiça.

O ex-pastor da Assembleia de Deus na Paraíba agora se diz agora muçulmano porque não é contra os Profetas Abraão, Jacó, Isaac, Ismael, Moisés ou Jesus (que a paz esteja com todos eles), mas porque vai procurar seguir os ensinamentos recebidos por eles revelados pelo nosso Único Deus, o Altíssimo.

Sou muçulmano não por imposição ou submissão a qualquer lei humana, mas porque aprendi a submeter-me voluntariamente a vontade de um Deus amoroso, que embora não seja meu pai, age muitas vezes como tal admoestando-me através de suas palavras presentes em seu Alcorão. Pois Ele é Clemente e Misericordioso. Não porque eu é que seja superior a ele, mas porque Allah é muito superior a nós dois. Allah hu Akbah! (Deus é Maior!).

João de Deus aproveitou para convidar a todos para uma palestra Palestra sobre a Fé e Crenças Islâmicas, que será realizada no próximo dia 30 do mês em curso, no Auditório do Hotel Xênius, localizado na Praia de Cabo Branco, que será proferida pelo Sheikh Mabrouk El Sawy Said, dirigente do Centro Islâmico do Recife.

Fonte: http://paraibahoje.wordpress.com/2010/01/18/pastor-presidente-da-assembleia-de-deus-de-madureira-na-pb-se-converte-ao-islamismo/

sábado, 16 de janeiro de 2010

Estadão: Roteiro para o autoritarismo

Início da implantação definitiva da ditadura populista no Brasil?

A questão levantada pelo Ministro da Defesa e pelos Cmt das FA é apenas uma das facetas deletérias do decreto dos DH, mas não a pior.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em dezembro um roteiro para a implantação de um regime autoritário, com redução do papel do Congresso, desqualificação do Poder Judiciário, anulação do direito de propriedade, controle governamental dos meios de comunicação e sujeição da pesquisa científica e tecnológica a critérios e limites ideológicos.

Tudo isso está embutido no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), instituído pelo Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro - o tal decreto que, acredite quem quiser, o presidente disse que assinou sem ler. O programa, um calhamaço de 92 páginas, é um assustador arremedo de constituição. Recobre assuntos tão variados quanto a educação, os serviços de saúde, a Justiça, as condições de acesso e de preservação da propriedade, as decisões de plantio dos agricultores, a atividade legislativa, as funções da imprensa e o sentido do desenvolvimento.

A apuração das violências cometidas pelos agentes do regime militar e a revogação da Lei da Anistia são apenas uma parte desse programa – a mais divulgada, até agora, por causa da reação dos comandantes militares à redação inicial do decreto. Mas o maior perigo não está nos detalhes, e sim no objetivo geral dessa manobra articulada no Palácio do Planalto: a consolidação de um populismo autoritário sustentado na relação direta entre o chefe do poder e as massas articuladas em sindicatos, comitês e outras organizações "populares".

Tal como seu colega Hugo Chávez, o presidente Lula propõe a valorização de instrumentos como "lei de iniciativa popular, referendo, veto popular e plebiscito". É parte do populismo autoritário a conversão de formas excepcionais de consulta em meios normais de legislação. Usurpa-se o poder de legislar sem ter de recorrer a um golpe aberto. Da mesma forma, a multiplicação de "conselhos de direitos humanos", com ação coordenada "nas três esferas da Federação", reproduz a velha idéia de comitês populares tão cara às ditaduras.

Consumada a mudança, um juiz não mais poderá simplesmente determinar a reintegração de posse de um imóvel invadido. O governo propõe "institucionalizar a utilização da mediação como ato inicial das demandas de conflitos agrários e urbanos, priorizando a realização de audiência coletiva com os envolvidos, com a presença do Ministério Público, do poder público local, órgãos públicos especializados e Polícia Militar". Em outras palavras: esqueça-se a Constituição, negue-se ao juiz o poder de garantir a propriedade e converta-se o invasor em detentor de direitos sobre o imóvel invadido.

Combater essa aberração não interessa apenas a fazendeiros e proprietários. A questão essencial não é o conflito entre ruralistas e defensores da reforma agrária a qualquer custo, mas a depreciação da lei e do Judiciário tal como deve operar no Estado de Direito. Nada ficará fora do controle do assembleísmo.

É parte do programa "fomentar o debate sobre a expansão de plantios de monoculturas que geram impacto no meio ambiente e na cultura dos povos e comunidades tradicionais, tais como eucalipto, cana-de-açúcar, soja", etc.

A criançada ficará sujeita, nas escolas, a uma instrução sobre direitos humanos moldada segundo os interesses do regime e apresentada muito claramente no decreto. O controle sobre as mentes não poderá dispensar o comando dos meios de comunicação. Se as leis propostas forem aprovadas, o governo poderá suspender programações e cassar licenças de rádios e de televisões, quando houver "violações" de direitos humanos. Será criado um ranking nacional de veículos de comunicação, baseado em seu "comprometimento" com os direitos humanos.

O governo também deverá incentivar a produção de filmes, vídeos, áudios e similares voltados para a educação sobre direitos humanos e para a reconstrução "da história recente do autoritarismo no Brasil". Será um autoritarismo cuidando da história de outro.

As intenções políticas são claras, embora escritas numa linguagem abstrusa. Em todo o texto há expressões do tipo "fortalecimento dos direitos humanos como instrumento transversal das políticas públicas e de interação democrática". Essa patacoada deverá servir de bandeira na campanha da candidata petista à Presidência. Em 2002, esse era o programa do PT.

Para se eleger, o candidato Lula teve de renegá-lo em sua "Carta aos brasileiros". Mas não renegou, como se vê mais uma vez, o sonho de "mudar tudo isso que está aí".

Fonte: Jornal Estadão

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Governo prende 30 líderes de igrejas não registradas

CHINA – Na tarde de 8 de janeiro de 2010, 30 líderes da igreja não registrada Aliança (CHCA) foram presos na cidade de Handan, província de Hebei. De acordo com um dos prisioneiros, que conseguiu utilizar rapidamente seu celular para falar com um contato, um grupo de policiais da Segurança Pública (PSB) da cidade de Handan invadiu o local onde era realizada uma reunião de líderes, em que 30 homens e mulheres estudavam a Bíblia, e os levou à força para interrogatório.

Entre os 30 líderes que foram presos, estavam o pastor Li Cuixiang, da região de Handan, e o ancião Wu Jianghe, de Pequim. O informante contou que o PSB ameaçou alguns dos pastores com 15 dias de prisão administrativa. Assim que relatou o acontecido para seu contato externo, a ligação foi cortada. A ChinaAid acredita que o celular do pastor foi confiscado, pois ninguém conseguiu entrar em contato com ele.

O presidente da CHCA, pastor Zhang "Bike" Mingxuan pede para que o governo de Handan liberte os líderes imediatamente.

Fonte: Missão Portas Abertas

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Direitos desumanos

Desumano decreto presidencial engana o povo com medidas opressivas e ditatoriais

Por Julio Severo

Bem ao estilo soviético, Lula mostrou todas as suas unhas vermelhas, dos pés e das mãos.

Seu decreto presidencial de "direitos humanos" (Decreto 7037, de 21/12/2009, 3º Plano Nacional de Direitos Humanos), pretensamente feito com a aprovação e consenso do povo, viola os mais importantes direitos dos cidadãos brasileiros, dando para o mal a capa de "direitos humanos" e despindo a maior parte da população de seus legítimos direitos.

Para quem não sabe, na União Soviética, o maior modelo prático de socialismo do mundo, tudo era feito "no nome do povo". Os tribunais, que condenavam inocentes e protegiam os criminosos do partido único, eram os tribunais "do povo". Reagir contra essa "justiça" era considerado crime contra o próprio povo. O povo inocente era condenado em seu próprio nome!

É óbvio que toda essa conversa "do povo" e "para o povo" era na verdade apenas a dissimulação da própria arbitrariedade estatal. O Estado podia livremente violar direitos sob a desculpa de estar agindo "nos melhores interesses do povo".

Não muito diferente, o governo socialista do Brasil alega sempre estar agindo "nos melhores interesses" dos pobres, ou dos oprimidos, ou dos deficientes, ou das mulheres, ou dos negros e agora dos gays — na mais avançada e modernizada malícia marxista.

Os comunistas soviéticos cometeram horrendos genocídios — tudo em nome dos melhores interesses do povo. Hoje, a sede de sangue e de aniquilação moral e ética vira, no decreto de Lula, defesa dos "direitos humanos": aprovar o aborto, legitimar a prostituição, legitimar como "casamento" a conjunção carnal de dois homens moralmente pervertidos, legitimar como "cultura" a imposição das religiões afro-brasileiras nas escolas, deslegitimar e condenar os símbolos cristãos em estabelecimentos federais, canonizar terroristas comunistas, etc.

Em meu artigo Presente das Trevas, publicado no dia 22 de dezembro de 2009, alertei o Brasil que enquanto todos estavam descansando e curtindo a família e o feriado, Lula e seus camaradas estavam armando sua desumana bomba de "direitos humanos". A bomba, entregue como decreto presidencial em 21 de dezembro de 2009, terá efeito devastadoramente letal se a população não se manifestar com força e coragem.

Se o decreto vermelho e moralmente invertido de Lula prevalecer, todos terão "direitos humanos" no Brasil, até "ratazanas". Todos, menos os inocentes. Seu decreto na verdade decreta a extinção da moral, da ética, da propriedade privada, da liberdade de expressão e, com a aprovação do "casamento" gay, da liberdade religiosa.

O decreto de Lula estabelece várias medidas recheadas de malícia ideológica no mais elegante estilo soviético de distorção das palavras e da realidade, apresentando como "direitos humanos" as seguintes aberrações:

* A profissionalização da prostituição.

* O controle da imprensa e da internet.

* O banimento de símbolos cristãos nos estabelecimentos públicos.

* A promoção das religiões afro-brasileiras como "cultura" dos descendentes dos escravos trazidos da África.

* A descriminalização do aborto.

* A legitimação do "casamento" gay e de adoção de crianças por esses "casais".

Nada disso se parece, nem de longe, com direitos humanos para uma mente minimamente normal. Mas quando os anormais estão no poder, o que se pode esperar?

É claro que, mesmo sem esse decreto, Lula e seu governo já estavam lutando para avançar cada uma dessas metas. O propósito do decreto é simplesmente passar por cima de toda a resistência do povo e fazê-lo engolir de uma vez tudo o que já foi decidido, selado e aprovado pelos "tribunais do povo".

Li hoje que, na classificação da Missão Portas Abertas, o país que mais persegue e mata cristãos no mundo é a Coréia do Norte. Em segundo lugar está o Irã — o mesmo Irã cujo presidente odiador de Israel mantém amizade com Lula.

Lula se lembrou alguma vez de mencionar para Mahmoud Ahmadinejad que matar cristãos é violar direitos humanos? Lula se lembrou de fazer um justo decreto presidencial condenando Ahmadinejad e seu governo por crimes e abusos de legítimos direitos humanos contra os cristãos do Irã?

Essa é a essência da ética de Lula e seu governo, que usam e abusam do termo "direitos humanos" para defender e homenagear até terroristas comunistas, inclusive roubando dinheiro do povo brasileiro para escandalosas e injustíssimas indenizações. E o decreto presidencial dele ordena a transformação desses criminosos em heróis. E adivinhe quem vai ser rebaixado e humilhado para a categoria de criminoso e "violador de direitos humanos"? Não, não vai ser Ahmadinejad.

Para Ahmadinejad, Lula e seu desgoverno demonstram carinho, respeito, consideração, etc. Para os inimigos da arbitrariedade estatal travestida de "direitos humanos", o peso da "justiça" dos tribunais "do povo" ou dos "direitos humanos" — tanto faz. Os iminentes tribunais anti-"homofobia" darão amplas demonstrações dessa arbitrariedade.

Lula já decidiu: os cadáveres mutilados e estuprados dos cristãos torturados e massacrados no Irã não têm valor nenhum para a sua ambiciosa agenda ideológica. Não haverá pois nenhum decreto presidencial em defesa dessas ou outras reais vítimas de violações de direitos humanos.

A esquerda malvada continuará aplaudindo e apoiando Lula com Ahmadinejad, Fidel Castro, Hugo Chavez e outros autênticos violadores de direitos humanos. E continuará aplaudindo seu decreto presidencial, que garantiu um Natal vermelho — uma vermelhidão tenebrosa que, se não houver resistência e luta, estenderá suas nefastas conseqüências por muito tempo. O feriado do Natal passou, mas ainda estamos engasgados e passando mal com o decreto do mais puro e imoral néctar soviético.

Como sempre, o povo espera, de mãos estendidas, presentes e favores do governo, com a ilusão de que o governo é a fonte de todas as soluções. Mas o governo brasileiro não é papai-noel. E mesmo que fosse, seria também ficção, não realidade. A única realidade inegável é que os imensos problemas éticos e morais que o Brasil está enfrentando têm como maior causa o próprio governo. O decreto de Lula é a prova mais viva do que um mau governo pode fazer contra seu próprio povo, em nome do próprio povo!

Contudo, há esperança: o povo que elegeu essa vermelhidão tem sempre o direito democrático de derrubá-la.

Fonte: http://www.juliosevero.com/

sábado, 2 de janeiro de 2010

Crise militar: seu nome é Dilma Rousseff

Reinaldo Azevedo

Ainda que eu tivesse cometido algumas injustiças com Lula, coisa de que discordo, de uma certamente eu o teria poupado: jamais o considerei um idiota. Nunca! Até aponto a sua notável inteligência política, coisa que não deve ser confundida, obviamente, com cultura. O governo vive, a despeito das negativas, uma crise militar. Que é muito mais grave do que se nota à primeira vista. Ela foi originalmente pensada nas mentes travessas de Tarso Genro, ministro da Justiça, e Paulo Vanucchi, titular da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Mas tomou consistência e corpo nos cérebros não menos temerários da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), candidata do PT à Presidência, e de Franklin Martins, ministro da Comunicação Social, hoje e cada vez mais o Rasputin deste rascunho de czarina que pretende suceder Lula.

O imbróglio não deixa de ser um ensaio geral do que pode ser um governo Dilma. Se vocês acham que a ópera, com o tenor Lula, tem lá seus flertes com o desastre, vocês ainda não sabem do que é capaz a soprano. A crise atual mistura temperamento macunaímico, sordidez e trapaça. Dilma, Franklin e Vanucchi, a turma da pesada que, no passado, optou pelo terrorismo e hoje ocupa posições no alto e nos altíssimos escalões da República resolveu dar um beiço nos três comandantes militares. O tiro, tudo indica, saiu pela culatra. E sobrou uma lição aos soldados. Vamos devagar.

Tratemos um pouco do que vocês certamente já sabem e um tanto do que talvez não saibam. Na semana passada, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos publicou um decreto, devidamente assinado pelo presidente Lula. Entre outras providências, instituía uma tal Comissão Nacional da Verdade para investigar crimes contra os direitos humanos cometidos durante o regime militar.

Pois bem. A questão havia sido negociada com os comandos militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. E olhem que estes senhores tinham ido bastante longe — e fica a lição: com essa gente, ceder um braço corresponde a ceder os dois, mais as duas pernas e também a cabeça. Os militares aceitaram a criação da tal comissão desde que o texto não restringisse a apuração de violações ao governo militar: também as organizações terroristas de esquerda teriam sua atuação devidamente deslindada.

É preciso dizer com clareza, não? Dilma Rousseff pertenceu a uma organização terrorista, homicida mesmo: a Vanguarda Popular Revolucionária. Franklin Martins também praticou terrorismo. O seu MR-8 seqüestrava e matava. Vanucchi foi da Ação Libertadora Nacional, o que significa dizer que era um servo do Manual da Guerrilha, de Carlos Marighella, um verdadeiro manual de… terrorismo, que pregava até ataques a hospitais e dizia por que os bravos militantes deviam matar os soldados.

Pois bem… Quiseram os fatos que estes três se juntassem, com o conhecimento de Tarso Genro, para redigir — alguém redigiu a estrovenga; falo de aliança política —, aquele decreto. E o combinado com os militares não foi cumprido: além de especificar que a Comissão da Verdade investigaria apenas um lado da batalha, há propostas singelas como estas:

— determina que as leis aprovadas entre 1964 e 1985 sejam simplesmente revogadas caso se considere que elas atentam contra a tal "verdade";

— determina que os logradouros públicos e monumentos que tenham sido batizados com nome de pessoas ligados ao "regime" sejam rebatizados.

Vocês entenderam direito: Lula assinou um decreto que não só dá um pé no traseiro do alto comando como, ainda, anuncia, na prática, a EXTINÇÃO DA LEI DA ANISTIA — para um dos lados, é óbvio. É isto: eles tentaram rever a tal lei. Viram que isso não é possível. Decidiram, então, dar uma de Daniel Ortega, que mandou suprimir trechos da Constituição de que ele não gosta.

LULA SABIA

Já disse: não tomo Lula por idiota — porque só um idiota não saberia. Mas admito: muita coisa tem as digitais do presidente sem que ele tenha a menor idéia do que vai lá. Isso é possível, sim. É por isso que existe uma CASA CIVIL. Não há — NOTEM BEM: NÃO HÁ — decreto presidencial que não tenha a chancela desse ministério. É uma de suas funções — a rigor, é uma de suas principais tarefas.

Logo, funcionalmente, a responsável pelo texto é Dilma Rousseff. Que já se manifestou a favor da revisão da Lei da Anistia, ainda que dê outro nome ao que quer fazer. A questão é saber se Lula se comportou como um cretino ou como um irresponsável: se assinou algo dessa gravidade na inocência, sem ter sido advertido pela Casa Civil, então foi feito de bobo e tem de demitir Dilma. Se, como imagino, sabia muito bem o que ia lá e decidiu testar a elasticidade ou complacência dos militares, agiu como um irresponsável.

Demissão

Trapaceados, os três comandantes militares decidiram pedir demissão. Os generais de quatro estrelas se reuniram para tratar de um assunto não ligado à profissão pela primeira vez em muitos anos. A tal Comissão da Verdade terá de redigir um projeto de lei para ser enviado ao Congresso dando forma e caráter à tal investigação. Lula tem quatro opções:

1 — deixa o texto como está e negocia com os militares um projeto de lei que contemple a investigação dos dois lados;
2 — muda o decreto e o devolve ao que havia sido negociado;
3 — simplesmente recua do texto na íntegra;
4 — a quarta opção é dizer o famoso "ninguém manda nimim" e deixar tudo como está. Pois é… Só que o "tudo como está" pode significar uma crise sem precedentes, grave mesmo, com possíveis atos de indisciplina.

"A Lei da Anistia é um conquista do povo brasileiro, é seu patrimônio. E de milhares de pessoas que lutaram pela democracia. Por isso, mudá-la, na forma como querem fazer alguns, ou extingui-la é um atentado contra a própria democracia. É constrangedor assistirmos a cenas como essa", afirma o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional.

Terão os comandantes militares se esquecido do modo como operam as esquerdas, de sua vocação para o ato sorrateiro, para as ações solertes? Só isso pode explicar aquela primeira concordância com a tal Comissão da Verdade. Do conjunto da obra, resta, pois, essa lição. E também há uma outra: em matéria eleitoral e nessa política que precisa de voto, Dilma é uma teleguiada de Lula: sem ele, ela não existe. Mas Dilma é quem é. E também quem foi. Com um simples decreto, que passou por sua mesa de ministra da Casa Civil, criou-se o mais grave incidente militar do governo Lula. O projeto é tê-la agora na Presidência. Vimos como agem com quem tem armas. Dá para imaginar do que são capazes com quem não tem.

Encerro

O nome da comissão — "da Verdade" — só pode ser coisa de algum piadista infiltrado no grupo. Como não pensar imediatamente em 1984, de George Orwell. Essa gente tem um perfil totalitário de manual; são stalinistas do calcanhar rachado. Querem até rever o batismo de logradouros públicos, num daqueles atos típicos de reescritura da história.

Eis um país com Dilma Rousseff no topo. E com Franklin Martins no topo do topo.

Fonte: Reinaldo Azevedo