quarta-feira, 18 de abril de 2012

Publicidade antigay em Londres é banida de ônibus


O anúncio de grupos cristãos diz: “Gay não! Pós-gay, ex-gay e orgulhoso. Aceite isso!”, que circularia em cinco rotas centrais de Londres

As autoridades de transporte de Londres proibiram um anúncio cristão, após reclamações, que seria exibido nos ônibus da cidade a partir desta semana com mensagens sugerindo que a homossexualidade é uma doença e tem cura.

Desde o início de abril os ônibus londrinos têm exibido mensagens de uma campanha do conhecido grupo pró-gay Stonewall. Os anúncios trazem a frase “Algumas pessoas são gays. Aceite isso” e defendem a promoção de casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Grupos conservadores cristãos fariam uma versão da frase com o seguinte enunciado: “Gay não! Pós-gay, ex-gay e orgulhoso. Aceite isso!”. A campanha estava programada para ônibus que fazem rotas passando pelos principais pontos turísticos da cidade. A campanha seria paga por dois grupos conservadores anglicanos liderados por Mike Davidson, que patrocina a chamada terapia recuperadora para gays cristãos, que afirma ser capaz de desenvolver o potencial heterossexual dessas pessoas.

Desde abril, mil ônibus londrinos exibem anúncio promovendo o casamento entre pessoas do mesmo sexo: "Algumas pessoas são gays. Aceite isso"

Um dos líderes da Core Issues, grupo relacionado à campanha, já declarou que “comportamento homoerótico” é um pecado. As autoridades de transporte, ao anunciarem o cancelamento, disseram que os anúncios não refletem Londres como uma cidade “tolerante e inclusiva”. Os cristãos responderam dizendo que essa atitude constitui censura.

A poucas semanas das eleições municipais em Londres, que serão no dia 3 de maio, o prefeito Boris Johnson, do Partido Conservador, declarou que “é claramente ofensivo sugerir que ser gay é uma doença da qual as pessoas se recuperam, e não estou disposto a ver isso circulando nos ônibus da cidade”.

Reagindo à decisão do prefeito de Londres, que também é o presidente da empresa de transportes da cidade, Davidson disse desconhecer que a censura estava em vigor e frisou: "Usamos todos os canais corretos e fomos aconselhados pelas empresas de ônibus a seguir seus procedimentos. Eles nos deram OK e, agora, vetaram".

A empresa que vendeu a publicidade nos ônibus confirmou que a campanha foi aprovada pelo comitê de práticas publicitárias e estava de acordo com as linhas orientadoras da Autoridade dos Parâmetros da Publicidade.

Fonte: Folha, TSF e BBC

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