No dia 24 de julho, as forças de segurança do vilarejo de Hawasliya conseguiram impedir que uma multidão de muçulmanos, milhares segundo informações, incendiasse o prédio. No entanto, o grupo conseguiu incendiar estábulos vizinhos, matando ovelhas e vacas que pertenciam aos coptas.
Durante a confusão, dois coptas, incluindo uma mulher idosa, ficaram feridos. Ambos receberam tratamento médico.
“Quando os muçulmanos veem que os cristãos estão formando uma igreja, eles ficam nervosos. Por que as pessoas são tão cheias de ódio? Algo aconteceu para essas pessoas serem tão radicais”, diz Teresa Kamal, jornalista.
O pastor Milad Shehata, 39, lidera o projeto para transformar a propriedade em um templo. Ele disse ao Compass que os cristãos protestantes do vilarejo não têm onde cultuar.
“Eu não tenho intenções de deixar esse lugar. Ele foi construído com o suor e dinheiro de pessoas muito pobres. Mesmo se minha família e eu formos mortos, não importa. Eu não vou abandonar este lugar”, diz Shehata.
Shehata começou a reformar o prédio para acomodar as reuniões da igreja e planejava obter a permissão para usá-lo como lugar de culto antes de iniciar as reuniões.
No dia 23 de julho, os oficiais investigaram as reclamações de aldeões muçulmanos sobre duas cruzes que foram colocadas fora do prédio e levaram Shehata para a delegacia. Após o interrogatório, eles o liberaram, com ordens para que voltasse no dia seguinte. Na hora marcada os policias o escoltaram até a prisão em Minya, onde ficou detido, sem acusações, até a tarde de sábado.
“Eu não sei por que fui preso. Fiquei por lá por 37 horas, mas ninguém me deu nem um copo d’água”, diz Shehata.
Desde o ataque em 24 de julho, os anciãos da comunidade muçulmana propuseram uma reunião de reconciliação, com a condição de que a igreja nunca seja aberta.
“Não há razão de realizar uma reunião de reconciliação se teremos que fechar a igreja. O templo é o centro da questão.”
Fonte: Portas Abertas
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