Bráulia Ribeiro acusa mobilização cristã contra a agenda gay de “cruzada de ódio e preconceito”
Por Julio Severo
O ano é 1932. As igrejas evangélicas, altamente moralistas, eram marcadas por santidade em seus comportamentos e uma grande preocupação com um testemunho ético e irrepreensível. Havia também um interesse genuíno na pureza do Evangelho e em sacrifícios pela sua divulgação a um mundo perdido.
Nada mais justo do que transformar tal interesse em ação. Já que o Evangelho oferece esperança ao pecador, décadas antes dos primeiros projetos de lei anti-“homofobia”, as igrejas assumiram a dianteira profética, lançando na década de 1930 campanhas para combater o preconceito aos homossexuais.
A iniciativa incluía propagandas em trens, carroças e ruas, educando a população atônita — que não estava entendendo absolutamente nada — que aqueles que praticam atos homossexuais são normais e merecem respeito…
Como resultado direto dessas pressões pioneiras dos pastores evangélicos da década de 1930, hoje os homossexuais não correm risco nenhum de serem agredidos ou mortos em zonas de drogas e prostituição às 2h da madrugada. Escoltas policiais especiais acompanham os homossexuais antes e depois de seus encontros sexuais, garantindo proteção e segurança para suas atividades. Graças aos evangélicos, o sexo seguro homossexual se tornou realidade.
Esse exótico acontecimento imaginário deveria ter sido realidade, conforme um artigo recente de Bráulia Ribeiro, que sugeriu que as campanhas contra a homofobia deveriam ter sido iniciadas não pelos ativistas homossexuais, nem pelo governo Lula, mas pelos cristãos.
Os cristãos da década de 1932 ficariam atônitos e assustados se lhes dissessem que a sociedade do século XXI estaria mergulhada numa obsessão homossexual — sem mencionar que eles ficariam chocados com a idéia de que eles em sua época deveriam ter lançado campanhas para a aceitação social dos homossexuais como indivíduos normais.
As igrejas sabem ser pioneiras em campanhas positivas. Décadas antes das primeiras campanhas sociais de combate ao fumo, muitas igrejas já estavam alertando. Esses alertas eram tratados pelo mundo secular como fanatismo, mas hoje esse mesmo mundo está tratando tal vício do mesmo jeito que as igrejas o tratavam: como risco para a saúde.
Creio que as igrejas agiram certo no passado, tratando o homossexualismo como abominação, um pecado grave a ser evitado, mas as declarações de Bráulia Ribeiro deixam dúvidas e confusão, ao não saber fazer a distinção entre o papel do Evangelho e o papel do cristão como cidadão numa sociedade que precisa não somente do Evangelho, mas de leis boas para governar.
Bráulia Ribeiro fala, Julio Severo responde
A seguir, as declarações de Bráulia Ribeiro, em seu artigo “Não quero o direito de ser homofóbica”, publicado em algumas revistas e sites esquerdistas.
Bráulia Ribeiro: “Não é nosso papel legislar moral”.
Resposta de Julio Severo: “Não é nosso papel legislar moral”. Isto é, os cristãos devem simplesmente cruzar os braços e ficar em silêncio enquanto os maus legislam todo tipo de imoralidade. É quase possível ouvir o próprio diabo falando aos pastores e políticos evangélicos: “Escutem aqui, cristãos! Estou legislando imoralidade por toda a sociedade e não quero vocês perturbando minhas atividades. Por enquanto, vocês têm liberdade de legislar sua moralidade apenas dentro de suas igrejas”. Você pode encontrar o eco exato dessas palavras entres as feministas, que dizem: “O Estado é laico. Vocês cristãos não podem promover o valor da vida na sociedade. Só nós, que não somos cristãos, temos o direito de legislar o aborto e o que quisermos. Fiquem de fora. Este terreno — a sociedade — é só nosso”. As palavras dos ativistas homossexuais não são diferentes: “O Estado é laico. Só nós podemos fazer o que queremos. Vocês cristãos legislem sua moralidade apenas dentro de suas igrejas”. De vez em quando, aparece uma voz cristã para dar-lhes apoio. Tais são as vozes das Bráulias.
O argumento de que “Não é nosso papel legislar moral” também será usado contra os cristãos que lutarem contra a pedofilia. Na Holanda, que foi o primeiro país a legitimar o “casamento” homossexual, já há oficialmente um partido pedófilo composto de membros homossexuais e por causa das pressões do ativismo homossexual a idade de consentimento sexual foi abaixada. De acordo com Bráulia, se os ativistas homossexuais quiserem as mesmas “conquistas” no Brasil, não poderemos “legislar moral” para frustrá-los.
Bráulia Ribeiro: “Deus não presumiu que por haver um ideal, estaríamos todos compelidos a ele”.
Resposta de Julio Severo: O ideal, para a sexualidade, é casamento entre um homem e uma mulher, como reconheceu Bráulia. Mas, como ela igualmente reconheceu, muitos se desviam do ideal, fazendo escolhas erradas. Esses desvios incluem: homens que preferem outros homens, homens que preferem meninos, homens que estupram mulheres, homens que estupram meninas, etc. Bráulia sugere que não deve haver nenhuma lei para forçar o ideal. Então, se não pode haver leis certas para impor o ideal, faz sentido permitir passivamente a imposição na sociedade de leis erradas que protegem o desvio do ideal?
Bráulia Ribeiro: “A Bíblia dá mais ênfase ao adultério, do que às perversões, defendendo os limites da família com veemência. Nós cristãos não damos ao adultério a mesma importância, justificamos, entendemos, e até ‘defendemos’ adultérios em nome da felicidade pessoal e em nome do mero hedonismo que tempera nossa religião com o mesmo sabor do mundo”.
Resposta de Julio Severo: Deus odeia o adultério, mas quando ele destruiu Sodoma e Gomorra, foi por causa do homossexualismo. Além disso, não vemos paradas do orgulho adúltero, não há grupos de adúlteros por todo o Brasil fazendo campanhas para as câmaras municipais, as assembléias legislativas e o Congresso Nacional aprovarem leis contra a “adulterofobia”, não há uma campanha do governo federal “Brasil Sem Adulterofobia”, etc. As escolas não recebem ordens do governo para elogiar o adultério, ensinando as crianças a tratá-lo como uma opção natural.
Além disso, as igrejas que pregam contra o adultério não são ameaçadas por ações legais e pelo Ministério Público Federal. Mas se você pregar contra o homossexualismo, as ameaças virão.
A mídia, as escolas e o governo exaltam muito mais o homossexualismo hoje do que o adultério. Embora as igrejas devam condenar ambos os pecados, temos de reconhecer a realidade de nossos tempos. Há 50 anos, as igrejas condenavam abertamente o adultério e não falavam sobre homossexualidade, porque a homossexualidade não era uma obsessão social. Hoje, o tema homossexual é obrigatório em toda a sociedade. Como não falar sobre o que todo o Brasil está falando?
Bráulia Ribeiro: “Numa sociedade que vive princípios bíblicos esta responsabilidade [de legitimar casamentos] é da família. É no domínio das famílias que se legitima, e fortalece a união de dois jovens, a formação de uma nova família. Vemos casamentos na Bíblia, mas nem um casamento feito ou legitimado pela igreja ou pelo estado”.
Resposta de Julio Severo: Concordo plenamente com a Bráulia.
Bráulia Ribeiro: “Se o Estado acha por bem legitimar a união homossexual e a população do país concorda, não há nada que podemos fazer como cristãos”.
Resposta de Julio Severo: Ela poderia também ter dito:
“Se o Estado acha por bem legitimar o aborto e a população do país concorda, não há nada que podemos fazer como cristãos”.
“Se o Estado acha por bem legitimar o infanticídio e a população do país concorda, não há nada que podemos fazer como cristãos”.
“Se o Estado acha por bem legitimar a pedofilia e a população do país concorda, não há nada que podemos fazer como cristãos”.
Se a Bráulia tivesse vivido na Alemanha nazista, o argumento seria:
“Se o Estado acha por bem legitimar a perseguição aos judeus e a população do país concorda, não há nada que podemos fazer como cristãos”.
Hitler foi eleito democraticamente, e a maioria da população da Alemanha o apoiava. Ele introduziu muitas leis malignas na Alemanha majoritariamente e nominalmente cristã. A maioria cristã, tal qual Bráulia, pensava: “Não há nada que podemos fazer como cristãos”.
Entretanto, dois cristãos não pensavam como ela. O evangélico Dietrich Bonhoeffer e o católico Claus von Stauffenberg faziam parte de grupos pequenos que queriam eliminar Hitler. Hoje eles são famosos e admirados, mas em sua própria época eles sofriam o desprezo do governo do seu próprio país e o desprezo da maioria dos cristãos alemães.
Por pura coincidência, o homem que Stauffenberg queria eliminar era homossexual. Aliás, a cúpula do governo nazista era composta de violentos fascistas homossexuais.
Se os cristãos não devem fazer nada quando o Estado acha por bem legitimar o mal e a população do país concorda, por que então Stauffenberg e Bonhoeffer fizeram?
Bráulia Ribeiro: “Misturar Deus e estado foi um erro na época de Constantino e continua sendo um erro hoje”.
Resposta de Julio Severo: Os secularistas e o governo Lula certamente estão dizendo “Amém” à declaração de Bráulia. Tudo o que os humanistas, os socialistas, os ativistas gays, as feministas e os antropólogos querem é uma sociedade onde as leis e os políticos “não misturem Deus e Estado”.
O erro de Constantino não foi misturar Deus e Estado. O erro dele foi obrigar a conversão ao Cristianismo de todos os habitantes do Império Romano.
Misturar Deus e Estado dá certo. O rei Davi fez isso e deu certo. Os Estados Unidos fizeram isso no começo, e deu certo.
Aliás, Romanos 13 instrui claramente que as autoridades políticas têm o chamado de servir a Deus, de serem ministros de Deus. Como servir a Deus como político quando os socialistas e agora até as Bráulias exigem separação entre Deus e Estado?
Que tal, dona Bráulia, exigir separação entre o Estado e a agenda gay, a agenda feminista, a agenda do aborto e a agenda do infanticídio indígena?
Bráulia Ribeiro: “Um estado justo e que reflete os valores de Deus vai afirmar para cada indivíduo o direito às suas escolhas individuais desde que estas escolhas não firam o direito de outros”.
Resposta de Julio Severo: A realidade de que a maioria dos homossexuais sofreu na infância violência sexual de um homem adulto mostra que alguém fez uma escolha que prejudicou um menino. Como pode Bráulia aplicar direito à escolha diante de tal realidade brutal? Ela quer que todos vejam a brutalidade do infanticídio indígena. E as outras brutalidades não contam?
Bráulia Ribeiro: “Muitos evangélicos estão numa expectativa de uma espécie de ‘xaria’ cristã onde a moralidade cristã seria reforçada pelo estado. Além de ser injusta e absurda esta ‘xaria’ não mudaria o coração dos homens que só é definitivamente mudado de dentro pra fora”.
Resposta de Julio Severo: A mobilização cristã contra a agenda gay tem sido tímida, pois cada passo cristão é impiedosamente atacado pela mídia. E agora, fazendo coro aos ataques da mídia, Bráulia levanta a acusação absurda de uma xaria cristã, enquanto a sociedade brasileira está sendo engolida por uma genuína xaria socialista e está prestes a experimentar uma xaria homossexual.
Leis não existem para mudar o coração das pessoas. Nenhuma lei contra assassinatos e estupros muda o coração das pessoas. As leis servem apenas para controlar comportamentos prejudiciais. Se não podemos criar leis porque elas não convertem, será então que as leis contra assassinato e estupro são inúteis pelo fato de que nunca converteram ninguém?
Bráulia Ribeiro: “Temos o dever cristão de lutar contra a homofobia… A voz anti-homofobia deveria ter sido ouvida primeiro da nossa boca… Se tivéssemos liderado esta luta é provável que não teríamos que viver hoje o desconforto da imposição da agenda homossexual como estamos vivendo. Teríamos nos aliado a eles pelo amor de Cristo, e não nos levantado contra eles numa cruzada de ódio e preconceito...”
Resposta de Julio Severo: As escolas públicas estão doutrinando as crianças no homossexualismo? A culpa, segundo Bráulia, é das igrejas cristãs, que não foram pioneiras na luta contra a homofobia.
Antes, durante e depois do Cristianismo, meninos eram abusados por homossexuais? A culpa, segundo Bráulia, é das igrejas cristãs, que não foram pioneiras na luta contra a homofobia.
Os grupos ativistas homossexuais estão distorcendo estatísticas de crimes homossexuais para aprovarem leis especiais de proteção ao homossexualismo? A culpa, segundo Bráulia, é das igrejas cristãs, que não foram pioneiras na luta contra a homofobia.
Os cristãos fiéis a Deus e à Bíblia e pessoas de boa vontade estão sob a ameaça de serem presos se criticarem o comportamento homossexual? A culpa, segundo Bráulia, é das igrejas cristãs, que não foram pioneiras na luta contra a homofobia.
Tenho ouvido freqüentemente os ativistas homossexuais acusando os cristãos de ódio e preconceito, somente porque os cristãos não aceitam a ditadura gay. Você tem a obrigação de aceitar essa ditadura. Se não aceitar, você é automaticamente rotulado de fanático cheio de “ódio e preconceito”.
Aliás, a própria FUNAI só vê “ódio e preconceito” nos esforços da JOCUM de salvar crianças indígenas. Finalmente, a Bráulia achou em quem descontar o que a JOCUM vem sofrendo no Brasil.
A diferença entre o pobre Julio Severo e a rica JOCUM
O mundo secular tem uma visão bem clara sobre o papel dos cristãos na sociedade:
Aborto. O cristão deve respeitar o aborto como direito humano da mulher,
pois o Estado é laico e o que deve predominar é a vontade do Estado laico.
Infanticídio indígena.
O cristão deve respeitar a cultura indígena. A prática de assassinato de
crianças é parte da cultura indígena e é rejeitada apenas por índios influenciados e infectados pela “cultura” cristã.
Por falar em infanticídio indígena, Bráulia tem uma opinião sobre essa questão. Como diretora da JOCUM, Bráulia se queixa de que a JOCUM é vítima de perseguição e falsas acusações.
O Ministério Público Federal e o governo Lula classificam como crime as ações da JOCUM para salvar crianças indígenas de assassinato.
De forma semelhante, o Ministério Público Federal e o governo Lula classificam de crime minha luta contra a agenda gay.
Sabe qual é a diferença? Dou todo o meu apoio à difícil missão da JOCUM. Dou meu apoio de coração. Aliás, o vídeo da JOCUM que denuncia o assassinato de crianças indígenas foi postado no meu blog, onde mais de 60 mil pessoas assistiram. Tenho lutado em muitas outras frentes de batalhas necessários. Estou envolvido na luta direta contra o aborto há mais de 20 anos, como me são testemunhas meus amigos de mais de duas décadas Dep. Talmir Rodrigues e Dr. Humberto L. Vieira, diretor da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família.
Pela graça de Deus, a JOCUM tem o apoio de poderosas instituições cristãs nacionais e internacionais em sua honrosa luta contra o infanticídio indígena.
No entanto, na minha luta contra a agenda gay, recebo desestímulos, acusações e ameaças.
Há uma diferença abismal entre Bráulia e alguém como eu, que luta contra a agenda gay — e luta também o infanticídio indígena. Bráulia tem o privilégio de ser diretora de uma instituição de grande poder financeiro e não tem dificuldade nenhuma de ter uma boa acomodação em qualquer lugar do mundo, pois a JOCUM está presente em muitos países.
Na minha luta contra a agenda gay, não tenho o suporte de nenhuma entidade tão poderosa quanto a JOCUM. Estou literalmente peregrinando entre as nações, sem ter um lugar certo onde ficar, pois não conto com nenhum grupo que tenha presença em muitos países. Ao contrário de Bráulia, que vive pela e da JOCUM, eu só posso viver pela fé. Mais nada.
Interesses institucionais versus interesses espirituais
Ao adotar a posição esquizofrênica de minimizar a gravidade da agenda homossexual, do sacrifício sexual de meninos e o valor dos esforços de irmãos que lutam contra essa ameaça, e respeitando exclusivamente conveniências e interesses particulares, Bráulia age como um cristão institucional, como uma pessoa institucional, que em tudo leva em consideração os interesses da instituição para a qual trabalha, sacrificando tudo o mais.
Não é errado trabalhar para uma instituição. Conheço a JOCUM desde 1984, e tive muitos contatos nacionais e internacionais com pessoas da JOCUM. Eu li a biografia de Loren Cunningham, o fundador da JOCUM nos EUA, e gostei muito. Eu louvei e louvo a Deus pela vida dele. Mesmo assim, reconheço que com o tempo as instituições religiosas se corrompem. Vão se corrompendo aos poucos até alcançarem a estatura de uma inutilidade e imbecilidade distantes de sua própria fundação. A Universidade de Harvard, fundada séculos atrás para formar pastores evangélicos, é um excelente exemplo. Está tão corrompida que hoje forma efetivamente ativistas anticristãos. A JOCUM possui importantes instituições, inclusive uma grande universidade no Havaí, e tal grandeza humana exige cuidado para evitar os primeiros passos para a inutilidade e imbecilidade.
Durante toda a história, a maior resistência ao mover do Espírito Santo veio de cristãos institucionais, isto é, cristãos ligados a instituições que, embora fundadas com princípios cristãos, se endureceram numa visão fechada, resistindo às ações de Deus.
Não acho que a igreja deveria ter se antecipado, décadas atrás, para combater o preconceito contra o assassinato de crianças indígenas ou contra o homossexualismo ou contra o aborto.
O infanticídio indígena me preocupa, pois envolve o sacrifício de crianças. O aborto me preocupa, pois envolve o sacrifício de crianças. O avanço homossexual me preocupa, pois envolve o sacrifício sexual de meninos. A maioria absoluta dos homossexuais sofreu experiências de abuso sexual. E enquanto a sociedade é pressionada por militantes gays a dar atenção especial a raros casos de homossexuais assassinados — muitos dos quais envolvem motivação passional ou até mesmo comportamentos de risco de homossexuais que trafegam em perigosíssimas zonas de drogas e prostituição a altas horas da madrugada —, milhares de meninos são estuprados e até mortos sem que a sociedade e as Bráulias se lembrem de que as crianças merecem proteção contra um comportamento sexual reconhecidamente ameaçador.
Bráulia Ribeiro e o coro esquerdista
O chamado de Bráulia “Temos o dever cristão de lutar contra a homofobia… A voz anti-homofobia deveria ter sido ouvida primeiro da nossa boca…” vem sendo ecoado por toda a esquerda cristã. Não por coincidência, o artigo dela foi publicado na revista Eclésia, sucessora direta da notoriamente esquerdista revista Vinde, fundada por Caio Fábio, responsável pela aproximação dos líderes evangélicos a Lula muitos anos atrás. A revista Vinde, que se ocupava em doutrinar o público com uma visão esquerdista, nunca poupou esforços para neutralizar ações cristãs que não obedeçam aos ditames da Teologia da Libertação.
O artigo dela foi também publicado no site do FENASP, fundado pelo Bispo Robson Rodovalho, político socialista que apoiou Lula publicamente nas duas eleições presidenciais.
Não por coincidência também, Bráulia é articulista freqüente na revista esquerdista Ultimato, tendo um livro publicado pela Editora Ultimato. O radicalismo ideológico da Ultimato jamais permitiria envolvimento ou vínculo tão forte se Bráulia não tivesse em pontos importantes os mesmos interesses. A voz de Bráulia na questão da homofobia é a voz da esquerda cristã mundial.
A esquerda — seja evangélica ou anticristã — faz duas coisas: promove o avanço de sua ideologia e rebaixa toda autêntica visão e mobilização cristã que não está de acordo com a vontade de Karl Marx.
Enquanto muçulmanos, socialistas e ativistas gays impõem uma xaria, Bráulia ataca o ativismo cristão
Quando o cristão tenta ajudar a proteger as crianças indígenas de assassinatos, os sacerdotes secularistas aparecem com acusações de que estamos impondo a cultura cristã, etc. Chamam-nos de nazistas, etc. Só faltam dizer que queremos impor uma xaria cristã — um termo muçulmano que Bráulia usou contra os cristãos que lutam contra a agenda gay. O termo dela servirá muito bem no repertório dos que atacam todo tipo de mobilização cristã na sociedade.
Se os ventos de interesses ou objetivos institucionais tivessem soprado em direção contrária, Bráulia poderia possivelmente ter agido de forma inversa, dando preferência ao tema homossexual e ao sacrifício sexual de meninos, e igualando os cristãos contrários ao infanticídio indígena com muçulmanos que querem impor a xaria.
Para seu próprio interesse, Bráulia não usou o termo xaria na questão do infanticídio indígena, embora os inimigos da JOCUM essencialmente estejam dizendo que a JOCUM está impondo uma xaria sobre a “cultura indígena”. O que Bráulia fará para aplacar a ira dos inimigos da JOCUM? “Ei, secularistas, antropólogos e governo Lula! Eu também quero mostrar que sou aliada de vocês em alguns pontos. Vou fazer isso para ganhar a simpatia e amizade de vocês! Vocês são contra a homofobia? Eu também sou! E aí? Somos amigos agora? Estou sendo boazinha com vocês na questão da homofobia. Agora sejam bonzinhos comigo na questão do infanticídio indígena”.
Como a JOCUM é tratada por seus inimigos, assim Bráulia tratou a oposição cristã à agenda gay — talvez como concessão e barganha.
Mas por que ser amiga do mundo só pela metade? Por que ser dura numa questão e mole em outra? Para que ser morna para agradar a todos?
Ela fez concessões até na área de música, adotando a prática de cantar música secular em reuniões evangélicas da JOCUM. Se a meta é agradar, fazer concessões é uma obrigação.
O genuíno ativismo cristão deve combater toda agenda maligna
Por causa do vídeo “Hakani” da JOCUM sobre infanticídio indígena e por causa da minha amiga Dra. Damares Alves, eu próprio me envolvi na luta contra o assassinato de crianças indígenas. Tive o privilégio de conhecer pessoalmente a Hakani, a Bráulia Ribeiro e o Dr. Wilson Bonfim, que muito lutam contra o infanticídio indígena. A primeira vez que me viu, a menina Hakani disse para sua mãe Márcia: “Olha ali Jesus Cristo, mãe!” Só não luto de forma muito mais intensa porque, graças a Deus, há muitos grupos e cristãos engajados nessa luta.
Na questão homossexual, quando comecei minha campanha de conscientização anos atrás por meio do meu livro O Movimento Homossexual, publicado pela Editora Betânia, a maioria absoluta dos cristãos tinha pavor de confrontar a agenda gay. Hoje, nem tanto, mas ainda persistem desinformações, timidez e até medo. O motivo é simples: lutar contra a agenda gay é tão arriscado quanto lutar contra o infanticídio indígena, pois a mídia liberal e esquerdista não dá valor a quem batalha nessas duas frentes. Minha missão é continuar esclarecendo.
A questão do infanticídio indígena não afeta o Brasil inteiro, mas apenas as tribos indígenas. Contudo, a questão homossexual afeta o Brasil de Norte a Sul. Afeta pobres e ricos. Afeta ateus e cristãos. Homossexuais ricos e pobres, nascidos em lares cristãos ou ateus, confessam experiências de abuso. Homens estuprando meninos não é uma realidade restrita a tribos. É uma realidade presente em toda a sociedade brasileira. Por isso, a minha luta é ajudar o Brasil a evitar o destino de Sodoma e Gomorra.
Contudo, nossa luta contra a agenda gay, a agenda do aborto e a agenda socialista e secularista que protege e acoberta o infanticídio indígena exige união, pois uma “casa dividida contra si não subsistirá”. E essa casa tem estado muito dividida, com líderes cristãos que não denunciam a agenda gay e as campanhas pró-homossexualismo do governo porque eles mesmos têm alianças com o governo Lula. E agora por que a JOCUM do Brasil está se juntando ao coro anti-“homofobia”? A JOCUM do Brasil está querendo aliviar o peso de sua incômoda situação “cultural” diante do governo Lula?
“Não quero o direito de ser contra o mal na sociedade”
“Não quero o direito de ser homofóbica” é nada mais do que uma grande apelação dirigida às forças culturais que hoje hostilizam a JOCUM no Brasil por causa do filme Hakani. “Homofóbico” é um adjetivo politicamente carregado cujo significado é: pessoa que odeia homossexuais.
Para os ativistas homossexuais, todo pastor que prega contra o homossexualismo é “homofóbico”.
Para os ativistas homossexuais, todo pai ou mãe que protege os filhos do homossexualismo é “homofóbico”.
Para os ativistas homossexuais, todo cidadão que luta contra a agenda gay é “homofóbica”.
Para os ativistas homossexuais, todo profissional médico que disser que há cura para a homossexualidade é “homofóbico”.
Para os ativistas homossexuais, todo ex-homossexual que der testemunho de que é possível sair da homossexualidade é “homofóbico”.
“Homofóbico” é um adjetivo usado rotineiramente pelas forças culturais que hostilizam a oposição cristã à agenda gay. Em sua ânsia de aplacar essas forças que também odeiam a JOCUM, Bráulia se rebaixou fazendo uso do mesmo termo de ódio que eles usam para jogar os cristãos aos leões.
Como sair da cova dos leões sem jogar outros cristãos ali?
Daniel saiu da cova dos leões porque confiou em Deus. Mas alguns cristãos hoje querem sair da cova dos leões jogando outros cristãos ali.
“Não quero o direito de ser homofóbica” é um título que agrada aos ouvidos dos secularistas e do governo Lula. Mas se Bráulia quiser continuar agradando, ela precisará escrever também “Não quero o direito de ser contra a cultura indígena”, pois por mais que ela ou eu tente explicar, tudo o que os secularistas e o governo Lula conseguem ver no infanticídio indígena é “cultura indígena”. Nada mais.
Se para ganhar o apoio e a simpatia da mídia, nós que lutamos contra a agenda gay tivermos de jogar na cova dos leões nossos irmãos que lutam contra o infanticídio indígena, esse é um preço que não quero pagar.
Pena que em sua luta louvável contra o infanticídio indígena, Bráulia tenha escolhido pagar tal preço com a cabeça dos que sacrificialmente lutam contra a agenda gay.
Fonte: http://www.juliosevero.com/
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