Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB) lança manifesto respondendo às principais críticas feitas à evangelização indígena.
Três recorrentes questionamentos são feitos com relação à presença missionária evangélica entre os povos indígenas do Brasil. O primeiro é de que tal presença destrói a cultura dos índios, o segundo acusa os missionários de utilizarem o trabalho social como fachada para a evangelização e, o terceiro, aponta a presença missionária em área indígena como ilegal.
Foi para responder a tais acusações que a Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB) lançou, na última semana, seu manifesto oficial.
O manifesto começa com um resumo da situação atual dos índios no Brasil. Ressalta o quanto o universo indígena é heterogêneo, sendo formado por uma grande diversidade cultural e lingüística. “A realidade de um grupo indígena não é a realidade de todos, bem como sua jornada”, explica o relatório. “O universo indígena é formado tanto pelos índios citadinos semi integrados ao ambiente não indígena, quanto pelos índios da floresta que desejam manter distância, e por um leque enorme de categorias entre estes dois pontos”, completa.
Seu relatório segue com a demonstração de como a cultura humana é dinâmica provocando e sofrendo processos de mudanças. Seja por motivações internas ou a partir de trocas interculturais, “cabe ao próprio grupo refletir sobre sua organização social, tabus e crenças. Cabe também ao próprio grupo promover, ou não, ajustes sociais que julguem de benefício humano”, ressalta a AMTB.
O antropólogo Rouanet também é citado no manifesto, bem como sua visão de que “a cultura humana não é o destino do homem e sim seu meio de liberdade”. Dessa maneira, “é também respeito cultural conceber ao indígena o direito de realizar escolhas, voluntárias e desejadas, dentro de seu próprio bojo pessoal e social”, afirma o relatório da AMTB.
Em outras palavras, toda e qualquer sociedade e cultura está em constante transformação e exposta a diversas influências e, a cultura indígena, não é exceção. Sendo que a influência religiosa, e, no caso, das missões evangélicas, trata-se de apenas mais uma entre tantas, não sendo nem mesmo a principal. Assim, ela não deve ser condenada desde que esteja ocorrendo de forma aceitável, isto é, sem imposição.
O manifesto ressalta como toda “imposição é nociva e desrespeitosa” e “nenhum elemento deve ser imposto a uma sociedade, seja indígena ou não indígena, sob nenhum pressuposto”.
Assim, “as motivações missionárias evangélicas para o relacionamento com as sociedades indígenas devem ser igualmente respeitadas. Motivação religiosa não deve ser confundida com imposição religiosa”, observa a AMTB.
Catequização X Evangelização
Foi para responder a tais acusações que a Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB) lançou, na última semana, seu manifesto oficial.
O manifesto começa com um resumo da situação atual dos índios no Brasil. Ressalta o quanto o universo indígena é heterogêneo, sendo formado por uma grande diversidade cultural e lingüística. “A realidade de um grupo indígena não é a realidade de todos, bem como sua jornada”, explica o relatório. “O universo indígena é formado tanto pelos índios citadinos semi integrados ao ambiente não indígena, quanto pelos índios da floresta que desejam manter distância, e por um leque enorme de categorias entre estes dois pontos”, completa.
Seu relatório segue com a demonstração de como a cultura humana é dinâmica provocando e sofrendo processos de mudanças. Seja por motivações internas ou a partir de trocas interculturais, “cabe ao próprio grupo refletir sobre sua organização social, tabus e crenças. Cabe também ao próprio grupo promover, ou não, ajustes sociais que julguem de benefício humano”, ressalta a AMTB.
O antropólogo Rouanet também é citado no manifesto, bem como sua visão de que “a cultura humana não é o destino do homem e sim seu meio de liberdade”. Dessa maneira, “é também respeito cultural conceber ao indígena o direito de realizar escolhas, voluntárias e desejadas, dentro de seu próprio bojo pessoal e social”, afirma o relatório da AMTB.
Em outras palavras, toda e qualquer sociedade e cultura está em constante transformação e exposta a diversas influências e, a cultura indígena, não é exceção. Sendo que a influência religiosa, e, no caso, das missões evangélicas, trata-se de apenas mais uma entre tantas, não sendo nem mesmo a principal. Assim, ela não deve ser condenada desde que esteja ocorrendo de forma aceitável, isto é, sem imposição.
O manifesto ressalta como toda “imposição é nociva e desrespeitosa” e “nenhum elemento deve ser imposto a uma sociedade, seja indígena ou não indígena, sob nenhum pressuposto”.
Assim, “as motivações missionárias evangélicas para o relacionamento com as sociedades indígenas devem ser igualmente respeitadas. Motivação religiosa não deve ser confundida com imposição religiosa”, observa a AMTB.
Catequização X Evangelização
- Tal confusão é feita com freqüência pela sociedade e órgãos responsáveis. O manifesto aponta o quanto há grave diferença entre a catequese e a evangelização.
A evangelização difere-se da catequese em relação ao conteúdo, abordagem e comunicação. O conteúdo da catequese é a Igreja, com seus símbolos, estrutura e práticas, sua eclesiologia. O conteúdo da evangelização é o evangelho, os valores cristãos centrados em Jesus Cristo. A abordagem da catequese é impositiva e coercitiva. A abordagem da evangelização é dialógica e expositiva. A catequese se comunica a partir dos códigos do transmissor, sua língua e seus costumes importando e enraizando valores. A evangelização se dá com a utilização dos códigos do receptor, sua língua, cultura e ambiente, respeitando os valores locais e contextualizando a mensagem.
Bráulia Ribeiro, missionária e ex-presidente da Jocum (agência missionária Jovens com Uma Missão), em entrevista para CRISTIANISMO HOJE (confira a entrevista), observou que “o trabalho considerado `religioso´ só acontece em populações aculturadas e a pedido destas mesmas populações. Não existe, pelo menos de nossa parte, uma `catequese´ sistemática. Tudo acontece no contexto de relacionamento”.
A diferenciação entre catequese e evangelização torna-se essencial visto que sua não clareza é fonte para diversas criticas às missões indígenas evangélicas. Além disso, o histórico das relações catequistas no passado entre colonizadores e índios, também geram controvérsia em relação às influências para as culturas indígenas.
O manifesto afirma que a postura antropológica brasileira, não intervencionista, é, em grande parte, “influenciada também pela culpa coletiva pelo passado, pela forma desastrosa como os indígenas foram julgados e condenados”, o que é compreensível. Porém, a AMTB também atenta para o fato de que “postura semelhante se viu na Alemanha pós-nazista que, de uma xenofobia causticante, se extremou por algum tempo nos caminhos de uma tolerância radical ao diferente, qualquer diferente, mesmo o nocivo socialmente”.
“O mito da tolerância cultural absoluta nos tirou a capacidade de perceber os seres humanos por trás da coletividade indígena”, afirma Bráulia. Assim, o manifesto defende a idéia de que as chamadas mudanças culturais, em lugar de causar rápida rejeição, devem ser observadas de forma mais íntegra, ou seja, se tais mudanças são voluntárias e desejadas.
“O machismo, na América Latina, embora seja cultural, é atacado e limitado por políticas públicas que vêem neste elemento cultural um dano ao próprio homem e sociedade. O jeitinho brasileiro, que patrocina a corrupção e tolerância de pequenos delitos, apesar de ser resultante de elementos também culturais não deixa de ser compreendido como nocivo ao homem. Como tal não é aceito pela sociedade como desculpa para a continuidade de práticas danosas à vida. O mesmo poderíamos falar a respeito do racismo. Nestes três casos a universalidade ética é evocada e aceita de forma geral pela sociedade e os direitos humanos são reconhecidos. Por que não no caso de elementos culturais nocivos à vida, como o infanticídio e conflitos étnicos, em contexto indígena?”, questiona a AMTB.
Missionários e a conservação da cultura indígena
A evangelização difere-se da catequese em relação ao conteúdo, abordagem e comunicação. O conteúdo da catequese é a Igreja, com seus símbolos, estrutura e práticas, sua eclesiologia. O conteúdo da evangelização é o evangelho, os valores cristãos centrados em Jesus Cristo. A abordagem da catequese é impositiva e coercitiva. A abordagem da evangelização é dialógica e expositiva. A catequese se comunica a partir dos códigos do transmissor, sua língua e seus costumes importando e enraizando valores. A evangelização se dá com a utilização dos códigos do receptor, sua língua, cultura e ambiente, respeitando os valores locais e contextualizando a mensagem.
Bráulia Ribeiro, missionária e ex-presidente da Jocum (agência missionária Jovens com Uma Missão), em entrevista para CRISTIANISMO HOJE (confira a entrevista), observou que “o trabalho considerado `religioso´ só acontece em populações aculturadas e a pedido destas mesmas populações. Não existe, pelo menos de nossa parte, uma `catequese´ sistemática. Tudo acontece no contexto de relacionamento”.
A diferenciação entre catequese e evangelização torna-se essencial visto que sua não clareza é fonte para diversas criticas às missões indígenas evangélicas. Além disso, o histórico das relações catequistas no passado entre colonizadores e índios, também geram controvérsia em relação às influências para as culturas indígenas.
O manifesto afirma que a postura antropológica brasileira, não intervencionista, é, em grande parte, “influenciada também pela culpa coletiva pelo passado, pela forma desastrosa como os indígenas foram julgados e condenados”, o que é compreensível. Porém, a AMTB também atenta para o fato de que “postura semelhante se viu na Alemanha pós-nazista que, de uma xenofobia causticante, se extremou por algum tempo nos caminhos de uma tolerância radical ao diferente, qualquer diferente, mesmo o nocivo socialmente”.
“O mito da tolerância cultural absoluta nos tirou a capacidade de perceber os seres humanos por trás da coletividade indígena”, afirma Bráulia. Assim, o manifesto defende a idéia de que as chamadas mudanças culturais, em lugar de causar rápida rejeição, devem ser observadas de forma mais íntegra, ou seja, se tais mudanças são voluntárias e desejadas.
“O machismo, na América Latina, embora seja cultural, é atacado e limitado por políticas públicas que vêem neste elemento cultural um dano ao próprio homem e sociedade. O jeitinho brasileiro, que patrocina a corrupção e tolerância de pequenos delitos, apesar de ser resultante de elementos também culturais não deixa de ser compreendido como nocivo ao homem. Como tal não é aceito pela sociedade como desculpa para a continuidade de práticas danosas à vida. O mesmo poderíamos falar a respeito do racismo. Nestes três casos a universalidade ética é evocada e aceita de forma geral pela sociedade e os direitos humanos são reconhecidos. Por que não no caso de elementos culturais nocivos à vida, como o infanticídio e conflitos étnicos, em contexto indígena?”, questiona a AMTB.
Missionários e a conservação da cultura indígena
- Aryon Rodrigues, autor de Línguas indígenas — 500 anos de descobertas e perdas, estima que, na época da conquista, eram faladas 1.273 línguas, ou seja, perdemos 85% de nossa diversidade lingüística em 500 anos. “Precisamos perceber que a perda lingüística está associada a perdas culturais complexas, como a transmissão do conhecimento, formas artísticas, tradições orais, perspectivas ontológicas e cosmológicas”, observa o relatório. Aqui, mais uma vez compreendemos o “medo histórico” da influência na cultura dos índios.
“Mas, em uma observação imparcial, destituída de pressupostos discriminatórios quanto à evangelização, perceberíamos que diversas sociedades indígenas que mantém um relacionamento mais próximo com missionários evangélicos valorizam mais sua própria cultura e língua do que no passado”, observa o manifesto.
O que é justificável se considerarmos que “muitas línguas teriam desaparecido se não houvesse o trabalho lingüístico feito pelos missionários. No esforço para alfabetizar e traduzir a Bíblia, é preciso fazer a análise lingüística e a descrição gramatical dos idiomas nativos. Então, essas línguas são estudadas profundamente”, como afirma o pastor Edward Gomes da Luz, presidente da MNTB (Missão Novas Tribos do Brasil).
“Nenhum lingüista de qualquer universidade se aprofunda tanto nesse trabalho quanto os missionários cristãos. Finalmente, vem a tradução da Bíblia, a escrita de histórias pela própria comunidade, os mitos etc. Com isso, acontece o registro dos códigos daquela língua – e efetivamente, a sua perenização”, completa Edward Gomes, também em entrevista ao CRISTIANISMO HOJE.
O pastor completa que “a língua é a expressão da alma, da cultura de um povo, e evidentemente é preciso conhecer profundamente a cultura também'. Além disso, 'é sabido que a lingüística e a antropologia têm o seu berço nos relatos dos missionários. Provavelmente, o último símbolo lingüístico descoberto, a `glotal sonora´, foi descrito por um missionário chamado Valteir, que trabalhou com o povo dow do Amazonas”, exemplifica Edward.
Segundo a AMTB, muitas línguas com risco de extinção ou experimentando épocas de desvalorização junto ao próprio grupo foram e são alvo de projetos lingüísticos que tendem grafá-las, produzir cartilhas de alfabetização, fomentar o seu uso e garantir sua existência para a próxima geração. O manifesto mostra como os lingüísticos evangélicos atuam na produção de material de relevância para a preservação lingüística e seu uso em meio ao próprio povo em cerca de 80 idiomas no momento. 'Trabalho este nem sempre reconhecido pelo segmento acadêmico, por discriminação religiosa e pela intenção de tradução da Bíblia para tais línguas”, lamenta o relatório.
Presença missionária ilegal?
“Mas, em uma observação imparcial, destituída de pressupostos discriminatórios quanto à evangelização, perceberíamos que diversas sociedades indígenas que mantém um relacionamento mais próximo com missionários evangélicos valorizam mais sua própria cultura e língua do que no passado”, observa o manifesto.
O que é justificável se considerarmos que “muitas línguas teriam desaparecido se não houvesse o trabalho lingüístico feito pelos missionários. No esforço para alfabetizar e traduzir a Bíblia, é preciso fazer a análise lingüística e a descrição gramatical dos idiomas nativos. Então, essas línguas são estudadas profundamente”, como afirma o pastor Edward Gomes da Luz, presidente da MNTB (Missão Novas Tribos do Brasil).
“Nenhum lingüista de qualquer universidade se aprofunda tanto nesse trabalho quanto os missionários cristãos. Finalmente, vem a tradução da Bíblia, a escrita de histórias pela própria comunidade, os mitos etc. Com isso, acontece o registro dos códigos daquela língua – e efetivamente, a sua perenização”, completa Edward Gomes, também em entrevista ao CRISTIANISMO HOJE.
O pastor completa que “a língua é a expressão da alma, da cultura de um povo, e evidentemente é preciso conhecer profundamente a cultura também'. Além disso, 'é sabido que a lingüística e a antropologia têm o seu berço nos relatos dos missionários. Provavelmente, o último símbolo lingüístico descoberto, a `glotal sonora´, foi descrito por um missionário chamado Valteir, que trabalhou com o povo dow do Amazonas”, exemplifica Edward.
Segundo a AMTB, muitas línguas com risco de extinção ou experimentando épocas de desvalorização junto ao próprio grupo foram e são alvo de projetos lingüísticos que tendem grafá-las, produzir cartilhas de alfabetização, fomentar o seu uso e garantir sua existência para a próxima geração. O manifesto mostra como os lingüísticos evangélicos atuam na produção de material de relevância para a preservação lingüística e seu uso em meio ao próprio povo em cerca de 80 idiomas no momento. 'Trabalho este nem sempre reconhecido pelo segmento acadêmico, por discriminação religiosa e pela intenção de tradução da Bíblia para tais línguas”, lamenta o relatório.
Presença missionária ilegal?
- O manifesto da AMTB afirma ter seguido as orientações da IN 2 expedida pela presidência da FUNAI em 1994, ao ingressar com pedido, em tempo hábil, de celebração de convênios. No entanto, “esse órgão, aparentemente, não deu o devido valor à própria legislação que expediu”, conforme afirma o relatório, já que até hoje as agências missionárias não obtiveram resposta quanto a este processo.
Os missionários, porém, receberam abaixo-assinados de várias comunidades indígenas solicitando sua permanência nas aldeias. “Portanto, se nenhum missionário está em área indígena portando documento de permissão de ingresso emitido pela FUNAI-Brasília, possui a documentação mais importante de todo o processo de concessão de entrada nas áreas indígenas: a permissão dos próprios indígenas”, afirma a AMTB em seu relátório.
“Além do mais, no geral, as atividades missionárias são desenvolvidas em harmonia com as diversas ADRs [Agência de Desenvolvimento Regional] ao redor do país. Em outras palavras, os missionários não estão ilegais nas aldeias, embora não estejam regulamentados pelo órgão oficial responsável pela política indígena do Brasil”, completa o manifesto.
Edward Gomes da Luz observa que “infelizmente, existe uma discriminação contra os missionários, e sempre somos vistos como maléficos e prejudiciais aos índios. É este conceito que tem influenciado as decisões dos juízes – e não os fatos, a verdade”.
Projetos sociais - “Quando fizemos o contato com os zo’é, eles estavam sendo dizimados por malária Falciparum, endêmica na região. Com um tratamento intenso, conseguimos reverter o quadro e a população passou a crescer 10% ao ano. Se não tivéssemos feito o contato, eles teriam desaparecido em pouco tempo”, observa o presidente da MNTB.
Baseado em exemplos como este, o manifesto da AMTB afirma estar certo de que “as centenas de ações sociais, sobretudo nas áreas de saúde, educação e valorização cultural, coordenadas por missionários evangélicos têm contribuído, e muito, para o aumento populacional e melhor qualidade de vida entre as etnias indígenas em nosso país”.
Segundo o relatório, “há dezenas de casos, como os Dâw, Wai-Wai, Nadëb e tantos outros que passaram por um verdadeiro ciclo de crescimento populacional, restauração da valorização da cultura e língua e melhoria de qualidade de vida através de projetos missionários durante décadas em seu meio”.
Em 2007 as agências missionárias evangélicas promoveram mais de 50.000 atendimentos médicos e odontológicos entre as populações indígenas em nosso país através de agentes de saúde permanentes ou clínicas móveis em terra indígena.
“Atualmente a Igreja evangélica tem repensado cada vez mais o seu papel como agente de transformação Social. Numa visão de evangelho integral, iniciativa e projetos surgem a cada dia, é natural que tais iniciativas contemplem também os povos indígenas”, observa o manifesto.
O relatório também lamenta que a linha de isolamento da política indigenista seja uma barreira para que recursos humanos, materiais e de tecnologia social, oriundos dos segmentos evangélicos possam chegar aos indígenas que, como seres humanos e brasileiros têm direitos e necessidades.
Fonte: Cristianismo Hoje
Os missionários, porém, receberam abaixo-assinados de várias comunidades indígenas solicitando sua permanência nas aldeias. “Portanto, se nenhum missionário está em área indígena portando documento de permissão de ingresso emitido pela FUNAI-Brasília, possui a documentação mais importante de todo o processo de concessão de entrada nas áreas indígenas: a permissão dos próprios indígenas”, afirma a AMTB em seu relátório.
“Além do mais, no geral, as atividades missionárias são desenvolvidas em harmonia com as diversas ADRs [Agência de Desenvolvimento Regional] ao redor do país. Em outras palavras, os missionários não estão ilegais nas aldeias, embora não estejam regulamentados pelo órgão oficial responsável pela política indígena do Brasil”, completa o manifesto.
Edward Gomes da Luz observa que “infelizmente, existe uma discriminação contra os missionários, e sempre somos vistos como maléficos e prejudiciais aos índios. É este conceito que tem influenciado as decisões dos juízes – e não os fatos, a verdade”.
Projetos sociais - “Quando fizemos o contato com os zo’é, eles estavam sendo dizimados por malária Falciparum, endêmica na região. Com um tratamento intenso, conseguimos reverter o quadro e a população passou a crescer 10% ao ano. Se não tivéssemos feito o contato, eles teriam desaparecido em pouco tempo”, observa o presidente da MNTB.
Baseado em exemplos como este, o manifesto da AMTB afirma estar certo de que “as centenas de ações sociais, sobretudo nas áreas de saúde, educação e valorização cultural, coordenadas por missionários evangélicos têm contribuído, e muito, para o aumento populacional e melhor qualidade de vida entre as etnias indígenas em nosso país”.
Segundo o relatório, “há dezenas de casos, como os Dâw, Wai-Wai, Nadëb e tantos outros que passaram por um verdadeiro ciclo de crescimento populacional, restauração da valorização da cultura e língua e melhoria de qualidade de vida através de projetos missionários durante décadas em seu meio”.
Em 2007 as agências missionárias evangélicas promoveram mais de 50.000 atendimentos médicos e odontológicos entre as populações indígenas em nosso país através de agentes de saúde permanentes ou clínicas móveis em terra indígena.
“Atualmente a Igreja evangélica tem repensado cada vez mais o seu papel como agente de transformação Social. Numa visão de evangelho integral, iniciativa e projetos surgem a cada dia, é natural que tais iniciativas contemplem também os povos indígenas”, observa o manifesto.
O relatório também lamenta que a linha de isolamento da política indigenista seja uma barreira para que recursos humanos, materiais e de tecnologia social, oriundos dos segmentos evangélicos possam chegar aos indígenas que, como seres humanos e brasileiros têm direitos e necessidades.
Fonte: Cristianismo Hoje
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