domingo, 22 de junho de 2008

Ano eleitoral: Criminosos batem às portas de Igrejas Evangélicas

Dr. Zenóbio Fonseca

“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons” (1)

Estamos vivendo uma grande crise ética e de valores morais na política brasileira e em algumas instituições basilares de nossa nação. Todos os dias os noticiários apresentam escândalos de desvios de verba pública, obras inacabadas, autoridades envolvidas com a criminalidade, pessoas tentando corromper e corrompendo servidores públicos, enfim, as pessoas de bem não agüentam assistir tamanha imoralidade na administração de nossa sociedade.

Diante deste cenário, a cada 02 anos os brasileiros são chamados, de forma compulsória, a votar em políticos (vereadores, deputados, senadores, governadores e Presidente) para nos representar, fazer leis e administrar a sociedade em geral, ou seja, a cada 02 anos, novas eleições e novas promessas de melhora social etc.

É importante destacar que a política é necessária e relevante para o desenvolvimento de nossa sociedade, onde os debates de idéias e valores retratam todas as classes sociais. Não podemos confundir corrupção com política, pois o que existe são pessoas corruptas que se tornam políticos e não políticos que se tornam corruptos.

Nesse contexto, a igreja evangélica encontra-se inserida como um núcleo de transformação social e comunidade de cidadãos eleitores. Neste particular, temos percebido que a cada 02 anos algumas práticas erradas vêm reiteradamente sendo praticadas por pessoas aspirantes ao cargo político ou pelo próprio político, quando do “assédio” eleitoral às comunidades cristãs.

No período eleitoral, em que pese a legislação eleitoral proibir que templos religiosos sejam usados como palanque eleitorais, alguns políticos ou aspirantes ao cargo tentam “seduzir” líderes de igrejas sobre pretexto de “ajudar” a igreja com doações de materiais de construção, reforma do telhado, cadeiras, aparelho de ar condicionado, lajes, cestas básicas, aparelho de som novo e outras prebendas, a ter o seu nome veiculado como um legítimo representante popular e defensor de valores do segmento social cristã. Um verdadeiro cordeiro com pele de lobo.

Este pseudo “candidato” a político ou político em exercício, já começa mal a sua caminhada eleitoral, pois possui uma conduta ética e moral ancorada na criminalidade e ilegalidade, pois dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem para obter ou dar voto é crime eleitoral previsto no artigo 299 da Lei n 4.737 de 1995 - Código Eleitoral(2).

Infelizmente, essa realidade permeia diversos locais e municípios do nosso Brasil, pessoas mal intencionadas, com o único objetivo de conseguir votos da comunidade cristã, que apresentam-se nos 4 meses anteriores às eleições com muitos recursos financeiros sem ser contabilizados, tentando realizar obras físicas e troca de favores, com o único objetivo de angariar votos.

Tal imoralidade e ilegalidade devem ser combatidas e denunciadas pelos evangélicos, pois tais “pseudo-candidatos” não devem ser eleitos. Devem, sim, ser expurgados para que a verdadeira representação do povo possa ser eleita de forma ética, com pessoas preparadas, vinculadas a princípios e valores morais cristãs, como missão precípua de servir a comunidade local sem apego ao dinheiro.

Preocupamo-nos quando ouvimos dizer que em alguns locais existem líderes trocando apoio político a “candidatos benfeitores”. Eles podem até enganar a comunidade por algum tempo, mas o Senhor Jesus não se deixa escarnecer e no dia certo fará justiça, tal como está escrito pelo Salmista em Sl 73:11-17.

Precisamos estar atentos para que de dentro da nossa comunidade possamos identificar e apresentar à sociedade homens e mulheres como “José do Egito”, “Daniel”, “Sadraque”, “Mesaque”, “Abedenego”, “Josué”, enfim, homens preparados tecnicamente, forjados no caráter e na vivência do cristianismo, para que possam influenciar e ajudar a nossa sociedade, sob pena de sofrermos com a nossa omissão neste momento de mudança nas administrações municipais.

(1) Martin Luther King.

(2) Ver também artigo 41-A da lei 9.504/97, que trata da captação ilícita de voto, “candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a 50 mil Ufirs, e cassação de registro ou do diploma”.

4 comentários:

Jorge Fernandes Isah disse...

Os políticos que agem assim (a maioria) deveriam estar na cadeia, como os líderes evangélicos também (visto que a I.C.R. já é um palanque político). Se há os corruptores, há os que se deixam corromper; os primeiros existem por culpa dos últimos.
Quando pastores entregam-se à lábia dos candidatos, a fim de obter "benefícios", ainda que aparentemente legais (mas anti-éticos), estão negando a Cristo, e não há nada de incauto e ingênuo na atitude deles. É pecado, sem-vergonhice; são como os vendilhões do templo (Mt 21.12).
Se o Senhor é quem protege a Sua igreja contra as portas do inferno (Mt 16.18), porque pastores querem se aproximar delas? O objetivo são as vantagens pessoais, pois, mesmo que não sejam beneficiados diretamente, o seu ministério o será, pelo incremento de benfeitorias realizadas, provavelmente, com o dinheiro proveniente da corrupção pública.
A igreja deve se manter através de ofertas, e por serem ofertas, são efetuadas sem pré-condições, e o ofertante, preferencialmente, deve guardar-se anônimo.
Abraços.
www.kalamo.blogspot.com

Anônimo disse...

Certa vez, ao contar sobre uma oferta ilícita que me fizeram para entrar num órgão do governo, sem realização de concurso público, alguém argumentou, em tom jocoso:

- Por que não? Pense bem, é mais difícil entrar pela janela do que pela porta...

Como se reza, no Pai Nosso, 'Não nos deixe cair em tentação',

Amém!

Anônimo disse...

Certa vez, ao contar sobre uma oferta ilícita que me fizeram para entrada em órgão do governo sem realização de concurso público, alguém argumentou:

- Por que não? Pense bem, é mais difícil entrar pela janela do que pela porta...

Pai nosso (em ano eleitoral e em todos outros), "não nos deixe cair em tentação"...

Amém!

Anônimo disse...

SENHOR ZENÓBIO FONSECA BOM TARDE.

GOSTARIA TAMBÉM DE VER UMA REPORTAGEM COM ESSA REPERCUSSÃO TAMBÉM, MAS COM O TITULO DE:

ANO ELEITORAL: IGREJAS EVANGÉLICAS BATEM ÀS PORTAS DE CRIMINOSOS. PORQUE A RECÍPROCAS SÃO VERDADEIRAS TENHA CERTEZA DISSO.