Cientistas americanos retiraram células da pele de pacientes com oito doenças diferentes e as transformaram em células-tronco.
A pesquisa realizada pela Harvard Medical School, dos Estados Unidos, indica que os cientistas estão agora mais próximos de usar células-tronco dos próprios pacientes para tratá-los.
As células foram criadas a partir de tecidos de pacientes com males como doença de Huntington e distrofia muscular.
As chamadas células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, na sigla em inglês) são células adultas criadas para agir como células embriônicas, ou seja, têm a habilidade de desenvolver em qualquer célula do corpo humano.
As células dos tecidos retirados dos pacientes são induzidas a retornar à sua forma embriônica e, depois, redirecionadas para se tornarem células específicas de cada órgão.
O pesquisador Willy Lensch, da Harvard Medical School, disse que a técnica tem um potencial incrível e poderia ajudar os cientistas a entender os primeiros estágios de doenças genéticas.
Em princípio, essas células poderiam ser usadas para tratar várias doenças, desde diabetes à doença de Parkinson.
Além disso, a fórmula evitaria a controvérsia hoje existente em relação às células-tronco obtidas a partir de embriões.
“Tijolo humano”
Em vez de lidar com os sintomas das doenças, as células seriam usadas para regenerar as partes afetadas do corpo do paciente.
"Nós estamos olhando para o perfeito tijolo humano", disse Chris Mason, da organização britânica UK National Stem Cell Network.
"Éticas, flexíveis e aceitas pelos pacientes, porque vêm deles mesmos", diise Mason.Na Universidade de Nottingham, pesquisadores britânicos estão usando IPSs para analisar problemas cardíacos.
Segundo o pesquisador Chris Denning, além de ajudar a entender como as doenças se desenvolvem, as células também podem ser usadas para testar remédios.
Riscos
Mas cientistas admitem que há riscos na nova técnica. Atualmente, as células precisam ser geneticamente modificadas para serem ativadas.Mas a prática de inserir genes pode ser perigosa, uma vez que eles podem se transformar em genes causadores de câncer.
Cientistas esperam chegar a um ponto em que a modificação genética não será necessária."Obviamente, nós queremos que a técnica seja a mais segura possível", disse Mason."Mas, contanto que nós possamos quantificar os riscos e entendê-los, a técnica deveria ser uma opção", afirmou.
Outro problema é que o transplante dessas células ainda não é possível, já que os cientistas não conseguiram criar a quantidade necessária para isso.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/04/080407_celulasdoenca_mp.shtml
Um comentário:
Eventual terapia com células-tronco embrionárias humanas não poderia ser idealizada somente em função do excelente resultado obtido em camundongos, quando se constatou, à época, que “a célula-tronco embrionária é o único tipo celular capaz de se diferenciar em neurônio”. Diferentemente do observado na espécie humana, os estudos com camundongos empregam animais geneticamente idênticos (clones), o que permite a livre transferência de células-tronco embrionárias a animais adultos na ausência de rejeição.
Confirmando a inexeqüibilidade da mesma abordagem em humanos, foi recentemente declarado pela Dra. Natalia López Moratalla, catedrática de Biologia Molecular e Presidente da Associação Espanhola de Bioética e Ética Médica, que «as células-tronco embrionárias fracassaram; a esperança para os enfermos está nas células adultas» e «hoje a pesquisa derivou decididamente para o emprego das células-tronco 'adultas', que são extraídas do próprio organismo e que já estão dando resultados na cura de doentes'» (ZENIT.org).
Portanto, devemos apoiar as pesquisas com células-tronco ADULTAS, incluindo as células iPS que tiveram seu potencial de uso em terapia recentemente comprovado, pois sendo células autólogas (derivadas do próprio paciente) não precisam enfrentar a rejeição imunológica, e a sua utilização para tratamento de doenças graves independe da aprovação do Artigo 5º da Lei de Biossegurança.
As células-tronco “reprogramadas” iPS não precisam mais ser obtidas com a introdução de genes ou com a utilização de retrovírus como vetor. Segundo a Profa. Dra. Alice Teixeira Ferreira, a PrimeGen já está apresentando um método mais rápido e 1000 vezes mais eficiente: as proteínas necessárias para induzir a pluripotência nas células adultas são levadas por partículas de carbono que são rapidamente incorporadas pelas células adultas (usaram células da pele, de rim e da retina). Afirma também que não tem de se preocupar com a manipulação genética que na verdade não ocorre, pois o que se faz é ativar genes que estavam silenciados. Por outro lado, prossegue, a reprogramação foi estudada primeiramente em camundongos e podemos continuar usando estes animais para estudar o comportamento de células embrionárias, pois afinal existe uma homologia de 95% entre o genoma desta espécie animal e o humano.
Postar um comentário