Instituto divulgou 'Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil'.
Em pouco mais de 40 anos, a taxa de fecundidade brasileira passou de 6,2 filhos por mulher, até 1960, para dois filhos, em 2006. O índice foi divulgado nesta quarta-feira (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado é parte do levantamento "Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil - 2009".
"Chegamos a um índice próximo ao que chamamos de taxa de reposição, que são dois filhos por mulher. Essa taxa seria responsável por manter a população próxima da estabilidade", diz ao G1 a pesquisadora Sônia Oliveira, do IBGE.
Nas Regiões Sul e Sudeste, de acordo com o estudo, as taxas de fecundidade, em 2006, estavam abaixo da taxa de reposição, com 1,9 e 1,8 filho por mulher, respectivamente. No Centro-Oeste a taxa era de 2 filhos por mulher. No Norte, 2,5 e no Nordeste, 2,2.
Sônia afirma que a redução na quantidade de filhos por mulher é uma tendência em todo os países. "Nossas avós e mães tinham muito mais filhos do que as gerações atuais, e isso porque houve um aumento de instrução, o uso de anticoncepcionais, a entrada da mulher no mercado de trabalho, ou seja, uma combinação de diversos fatores", diz a especialista.
De acordo com Sônia, a grande variação diz respeito à relação entre o nível de instrução das mulheres e o planejamento do número de filhos. "Em anos anteriores, os números de filhos por mulher caíam apenas em classes mais altas e para mulheres que tinham melhor instrução. Hoje, mesmo as mulheres de classes baixas planejam o número de filhos que querem ter."
O estudo mostra que, em 1970, mulheres que tinham até três anos de estudo tinham cerca de 7,2 filhos e mulheres com oito ou mais anos de estudo tinham 2,7 filhos. Em 2005, esses índices eram de 3 e 1,4 filhos, respectivamente.
O levantamento reúne dados já pesquisados pelo IBGE e pretende analisar a relação entre os índices demográficos e a questão da saúde. "Pegamos índices oriundos de diversos estudos já publicados e analisamos tendências como a queda da mortalidade infantil e da fecundidade, por exemplo", explica Sônia.
Fonte: G1
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