18 de julho de 2011 (Breakpoint.org/Notícias Pró-Família) — Semanas atrás, lhes disse que há um número de cerca de 160 milhões de mulheres asiáticas em falta, porque elas nunca nasceram.
Essas mulheres, vítimas de práticas de aborto por seleção sexual, são o assunto de um recente livro escrito por Mara Hvistendahl. Hvistendahl começa com o que Paul Ehrlich famosamente chamou de a “Bomba Populacional” e o movimento de controle populacional das décadas de 1960 e 1970. Os que queriam controlar a população descobriram que o desejo que as pessoas têm de ter um filho do sexo masculino era um grande impedimento para as iniciativas deles: Em todos os países em desenvolvimento, principalmente na Ásia, as mulheres continuavam tendo filhos até terem um menino.
Assim, conforme nos diz Hvistendahl, “os promotores do controle populacional começaram a falar sobre” seleção sexual. Ehrlich escreveu em seu livro The Population Bomb (A Bomba Populacional) que “se pudermos descobrir um método simples de garantir que os filhos primogênitos sejam do sexo masculino… então os problemas de controle populacional em muitas regiões estarão de certa forma atenuados”.
Pois bem, logo depois dinheiro, know-how e tecnologia do Ocidente providenciaram o “método simples” — amniocentese, vindo em seguida o aborto deliberado. Os médicos, primeiramente na Índia, e então em toda a Ásia, aprenderam como usar a combinação [de amniocentese e aborto] para garantir que as pessoas tivessem um filho do sexo masculino na primeira vez. E quem lhes ensinou tudo foram organizações como a Fundação Rockefeller e a Agência de Planejamento Familiar da ONU, o FNUAP.
As organizações de controle populacional insistiam em que a necessidade de frear o crescimento da população era tão grande que “os prejuízos de uma distorcida proporção sexual” teriam de ser tolerados. Cara, eles estavam errados. Lá por 2020 cerca de 20 por cento de todos os homens chineses “ficarão sem uma colega do sexo feminino”. E, conforme eu lhes disse, essa escassez de mulheres está estimulando um crescente comércio de prostituição na Ásia.
Considerando o que Hvistendahl chama de “resultados trágicos” da “promoção que o Ocidente fez das práticas de seleção sexual”, você esperaria que ela ficasse indignada, e ela está. Mas entenda isto: Ela está indignada com as pessoas que são a favor da vida! Porque essas pessoas ousam citar a pesquisa dela para fazer a conexão entre a escassez de mulheres na Ásia e a promoção dos “direitos de fazer aborto”.
Ela criticou Ross Douthat, colunista do jornal [esquerdista] New York Times, por apontar para o fato de que é difícil os apoiadores do aborto legal então insistirem em que o aborto não seja usado para seleção sexual. Ela lamenta a “situação difícil” em que se encontram agora a Federação Internacional de Planejamento Familiar e a Organização das Nações Unidas.
É difícil imaginar um exemplo mais claro do poder cegador de uma cosmovisão falsa. Tendo documentado o papel do aborto legal na eliminação de 160 milhões de mulheres, Hvistendahl fica ofendida quando as pessoas sugerem que o aborto legal pode não ser tal boa coisa, afinal.
Incrível, mas um exemplo clássico do impasse pós-moderno. Numa sociedade que adora a autonomia individual acima de tudo o mais, quando conseguimos o que queremos, descobrimos que não conseguimos viver sem isso.
Há anos tenho ensinado que é muito importante que adotemos uma cosmovisão que seja compatível com a realidade; que é importante que testemos a validade de toda cosmovisão. Empurre uma cosmovisão até suas conclusões lógicas, e se você não puder viver sem essas conclusões, veja bem, essa cosmovisão comprova ser racional.
Mas uma coisa é muito clara: os defensores do aborto e sociedades inteiras — e pelo menos 160 milhões de mulheres que deveriam estar vivas — não podem viver com as conclusões lógicas de uma cosmovisão que valoriza a escolha do aborto acima da vida humana. Portanto, tal cosmovisão comprova ser irracional ou falsa.
Publicado com a permissão de Breakpoint.org
Artigo relacionado:
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário