NOVA IORQUE, EUA, 5 de maio de 2011 (C-FAM/Notícias Pró-Família) — A ONU está para pedir que os governos financiem a vacinação de todas as meninas do mundo contra uma doença sexualmente transmissível, o vírus da papiloma humana (HPV). A campanha polêmica poderia custar até 300 dólares por menina, totalizando bilhões.
Dignitários que lançaram a campanha na ONU em meados de abril incluíam uma proeminente primeira-dama, líderes do Fundo de População da ONU (FNUAP), a Sociedade Americana do Câncer e a empresa de fabricação de contraceptivos PATH.
O FNUAP e a PATH querem que as nações que fazem doações comprem a vacina a 14 dólares por aplicação. Três aplicações são exigidas durante um período de seis meses, totalizando 42 dólares, e o tratamento só dura cinco anos. Sete tratamentos seriam necessários para cobrir a duração da vida reprodutiva de cada mulher.
Os promotores da campanha avisaram à assembleia que a ideia seria polêmica. Apresentar a campanha como uma iniciativa para erradicar o câncer do colo do útero em vez de apresentar como uma campanha de vacinação em massa contra uma doença sexualmente transmissível ajudará evitar resistências políticas, disseram eles.
Um dos promotores aconselhou os dignitários que quando lhes perguntassem o motivo por que as meninas têm de ser vacinadas contra uma doença sexualmente transmissível, a ONU deveria usar o precedente das vacinações infantis contra a Hepatite B.
Quando as prefeituras e governos estaduais dos EUA tentaram decretar a vacinação de meninas de escola contra o HPV vários anos atrás, uma indignação pública anulou as iniciativas.
Embora nenhum dos palestrantes da ONU tivesse tratado da questão, o câncer do colo de útero é provocado pela infecção do HPV, que se espalha por meio do contato sexual. O painel lamentou um aumento dramático no câncer nos países em desenvolvimento, mas se mostrou menos claro sobre as razões para seu aumento, evitando questões de conduta sexual e focalizando em vez disso na obtenção de disposição política para financiar a campanha de vacinação.
Do meio milhão de casos novos de câncer do colo do útero a cada ano, mais da metade das pacientes morrem, geralmente porque não sabiam que tinham a doença até que o HPV alcançou estágios avançados.
Purnima Mane, subdiretora executiva do FNUAP, disse que o FNUAP encabeçaria a campanha. Se aprovada pelos países membros da ONU, o FNUAP está pronto para receber um impulsionamento significativo em financiamentos, considerando o fato de que há bilhões de mulheres e meninas que requereriam o tratamento de 42 dólares a cada cinco anos.
O financiamento reverteria um declínio em doações para os programas internacionais de redução populacional, os quais caíram de um nível elevado em 2008 devido à crise econômica global e declinantes índices de fertilidade no mundo inteiro. O governo de Obama teve de cortar ligeiramente o financiamento do FNUAP para 2011 durante as batalhas sobre orçamento com os legisladores americanos, mas prometeu aumentá-lo para 50 milhões de dólares em 2012. De forma semelhante, a PATH recebeu 50 milhões de dólares, cerca de um quinto de seu financiamento, do governo americano em 2009.
Os críticos estão preocupados com o fato de que o esquema de vacinação incorporará a luta contra o câncer na agenda de direitos reprodutivas da ONU que já recebe muitas verbas. Eles alertam que pelo fato de que o FNUAP de forma agressiva promove “direitos sexuais” para crianças menores de idade, a campanha não lidará com conduta sexual ou direitos dos pais com relação às decisões médicas e poderia levar a um aumento da doença ao invés de sua cura.
Os países membros da ONU debaterão a questão de 19 a 20 de setembro na Reunião de Alto Nível da ONU sobre Doenças Não Transmissíveis.
Fonte: Julio Severo
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